O candidato a senador pelo PP gaúcho, deputado federal Luis Carlos Heinze, alegou a necessidade de coerência política para tornar público, em comunicado nesta quarta-feira, em Porto Alegre, o apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Com a decisão, Heinze deixa de lado a defesa da chapa composta pela correligionária Ana Amélia Lemos, que é vice do também candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB).
Conforme Heinze, o cálculo político da decisão tomada pode resultar negativamente na corrida eleitoral ao Senado. “Eu não podia era ficar intranquilo com a minha consciência. Mas, lógico, alguns votos eu posso até perder”, declarou, dizendo que isso é “parte do jogo político”.
Heinze também minimizou a possibilidade de ser boicotado pelo PP ao manifestar apoio a Bolsonaro, mesmo tendo recebido R$ 2 milhões da legenda para a campanha. “Eu conversei com a direção nacional do partido e eles respeitam a minha posição”, frisou, ao citar o fato de que Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, abriu apoio a Lula (PT) no Piauí e disse que, antes de eventuais brigas políticas, está “muito mais preocupado com os eleitores”.
Além disso, o deputado lembrou o apoio de Ana Amélia à então candidata a prefeita de Porto Alegre Manuela D’Ávila (PCdoB), em 2012, para justificar, seis anos depois, a decisão de fazer campanha pró-Bolsonaro. Hoje, Manuela é vice de Fernando Haddad (PT). “Eu não estou preocupado em queda de braço com a senadora Ana Amélia, a quem eu respeito. Eu tenho respeito por ela, mas lá atrás ela quis apoiar Manuela Dávila, ok. Era a posição dela”, recordou.
Ao tornar público o apoio ao candidato do PSL, Heinze adiantou que vai utilizar a propaganda eleitoral para comunicar os eleitores sobre o movimento tomado. Por meio da assessoria de imprensa, Ana Amélia adiantou que não vai comentar a decisão de Heinze.