Nos últimos três anos, a Diamante Índio Gigante, de Jaguariúna (SP), vem surpreendendo milhares de pessoas ao anunciar os maiores galos do mundo. Com 126 centímetros de comprimento, Voodoo da Diamante é o recordista que mais repercutiu na mídia e também nas redes sociais, por seu porte avantajado, que, segundo os proprietários Haroldo e Diogo Poliselli, é o que rentabiliza o Índio Gigante. O principal desafio do criatório é mostrar que a raça pode ser uma atividade consorciada e lucrativa.
Este será o mote do o 3º Leilão Diamante Índio Gigante, que será promovido no dia 29 de setembro, às 14 horas, com transmissão pelo site www.brasilruraltv.com.br e assessoria técnica de Pedro Ribeiro, credenciado pela Abracig (Associação Brasileira dos Criadores de Índio Gigante). É esperada a participação de grandes empresários do agronegócio, principalmente selecionadores de gado. “O preço médio de um frango Índio Gigante é superior ao de um touro reprodutor”, compara Haroldo Poliselli. E esta é apenas uma das vantagens.
Como acontece nos bovinos, o envolvimento e a experiência em acasalar linhagens em busca de eficiência e caraterização racial é o que movimenta o mercado do Índio Gigante. Enquanto um touro demora mais de quatro anos para se provar reprodutor, um frango Índio Gigante atinge maturidade aos oito meses. As frangas também são precoces, iniciando postura aos 210 dias de vida. “São atividades que se complementam e vão render benefícios semelhantes”, diz Diogo.
O momento é oportuno aos pecuaristas que desejam iniciar a criação com genética da parte de cima da prateleira. O 3º Leilão Diamante Índio Gigante venderá 30 filhos de Voodoo da Diamante, sendo 12 frangos entre 112 cm e 120 cm de comprimento e 18 galinhas de 95cm a 106 cm. “Lembro que Voodoo é sobrinho de Canário da Diamante, o recordista em tamanho de 2016, com 124 cm; e neto do Pajé da Diamante, de 118 cm, destaque em 2015”, explica Diogo. A título de informação, cada centímetro acima de 1 metro valoriza o galo em até R$ 1 mil.
De 26 a 28 de setembro, das 9h às 19 horas, as porteiras da propriedade estarão abertas para visitas monitoradas à criação da Diamante, cujo leilão facilitará a formação de condomínios para aquisição dos lotes.
DEMANDA É DO TAMANHO DA RAÇA
Raça genuinamente brasileira, o Índio Gigante nasceu em Goiás e Minas Gerais, do cruzamento entre raças imponentes a galinha caipira. Ainda é considerada uma ave exótica, mas, em muitos terreiros, galos que não superam um metro agregam rendimento diferenciado aos cortes nobres (coxa e peito). Há notícias de aves mestiças com mais de 6 quilos aos 180 dias.
Apesar da qualidade na produção de carne, o foco Diamante Índio Gigante é outro. Os irmãos Haroldo preferem focar na seleção de genética superior para reprodução, resultando em aves expoentes, com boa conformação e caraterização racial. São produtos mais valorizados e de maior aceitação. Há grande procura por genética nos estados nordestinos e também no Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
DIAMANTE, A CASA DOS GIGANTES
Apesar da demanda, poucos criadores conseguem frangos com mais de 118 cm e frangas com 102 cm. “Temos notícias de três, quatro aves por ano, mas este não é problema em nosso criatório”, comenta Haroldo.
Técnicas de melhoramento genético e manejo que se tornaram referência permitiram à Diamante Índio Gigante produzir mais de 80 aves expoentes por ano, com destaque aos recordistas Pajé, Canário e Voodoo da Diamante, além de Viola e Mamba, que são as maiores galinhas da raça. As formas do plantel estão em 30 matrizes e 6 reprodutores, que renderam cerca de 80 aves expoentes somente no ano passado. As 30 melhores servem ao remate anual e as demais vendidas são vendidas na propriedade.
INSEMINAÇÃO ARTIFICAL É NOVIDADE DA RAÇA
Em 2014, quando a Diamante Índio Gigante iniciou suas atividades, Haroldo e Diogo investiram R$ 60 mil na aquisição de 15 aves. O payback (retorno do investimento), veio em apenas um ano. Dois meses depois já acumulavam um lucro de R$ 20 mil e, de quebra, produziram o primeiro recordista, o Pajé da Diamante, de 118 centímetros. O primeiro leilão realizado em 2016 movimentou R$ 240 mil. O preço médio foi de R$ 8 mil, com o lote mais valorizado sendo vendido por R$ 32 mil. Já na segunda edição, a média geral apresentou valorização de 63%, movimentando R$ 390 mil. O lote mais disputado saiu por nada menos que R$ 63 mil.
MÉTODO DE REPRODUÇÃO PIONEIRO
Outra técnica que beneficiado o melhoramento genético do plantel da Diamante Índio Gigante é a inseminação artificial, já conhecida pelos criadores de bovinos e outras espécies animais. O serviço é oferecido de forma autônoma pelo criador Vinicius Antonieti de Freitas, de Franca (SP). “Quando comprei meu primeiro galo, senti a necessidade de multiplicar a genética, então percebi como é escassa mão de obra qualificada”, diz Vinícius.
Foi quando decidiu participar de um curso técnico oferecido pela Associação Brasileira dos Criadores de Índio Gigante (ABRACIG). Atualmente, ele presta assessoria a outros dez criadores em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso.
Tanto o reprodutor quanto as matrizes dos clientes são alojados em barracões. O sêmen é coletado e enxertado a fresco, em no máximo oito minutos, tempo decisivo à fertilidade. Duas aplicações são necessárias, e até 8 galinhas podem ser inseminadas com uma única dose. O processo rende mais de 30 aves numa estação ajustada.
Os ovos recebem o nome dos pais e a data de postura. Os clientes podem retirá-los no criadouro ou recebê-los pelos Correios. Somente no período de muda de penas, estão inaptas a reproduzir. No final do mês, os proprietários recebem um balanço completo, permitindo avaliar se as aves devem permanecer no programa.