Grenal: Guaíba flagra cambistas vendendo ingressos três vezes mais caros à torcida do Inter

Valor real do bilhete é de R$ 80. No mercado paralelo, custo chega a R$ 250

Correio do Povo

Com todos os ingressos vendidos e a expectativa de que o Beira-Rio receba 45 mil torcedores no clássico Grenal, parte dos torcedores vem recorrendo a cambistas para tentar acompanhar a partida, marcada para as 16h de domingo. Nesta sexta, o repórter Cristiano Silva, da Rádio Guaíba, flagrou, nas imediações do Gigantinho, ambulantes vendendo ingressos a R$ 250, quando o valor real é de R$ 80. O ágio chega a 212%. Os bilhetes são destinados à torcida do Inter e direcionados para a arquibancada inferior.

“Está R$ 250 a inferior para a torcida do Inter, chefe. Os ingressos já vieram caros para nós e é difícil de pegar. A maioria está tudo na mão da torcida, eu consegui pegar apenas dez ingressinhos”, disse o cambista ao repórter.

Garantindo a autenticidade dos ingressos, o vendedor ilegal alertou a reportagem de que um outro grupo de cambistas oferta entradas falsas para os torcedores colorados, em outro ponto do Gigantinho. “Tem uns caras de São Paulo, que estão vindo aí e estão vendendo a R$ 150, mas com os ingressos deles ninguém vai entrar porque é falso”, alertou ao jornalista.

Após ouvir a denúncia, o vice-presidente de Administração do Inter, Alessandro Barcellos, lamentou a venda ilegal de ingressos, em entrevista à Guaíba. “Infelizmente, isso acontece”, disse. O dirigente reprovou a compra de ingressos das mãos de cambistas, mas assegurou que vai apurar o caso para minimizar o prejuízo aos torcedores. “Nossa rede de controle de acesso tem um conjunto de possibilidades para identificar ingressos falsos. Então, no acesso, isso pode ser detectado. Nós vamos investigar”, afirmou.

Consultada, a diretora do Procon de Porto Alegre, Sophia Martini, adverte que o torcedor deve procurar os órgãos policiais para coibir a prática ilegal. “Como está tipificado como crime, o consumidor deve recorrer à polícia. Quando há grandes eventos, temos que nos programar para comprar os ingressos nas bilheterias oficiais”, recomenda.

Ouça o flagrante: