Vinda de venezuelanos não vai afetar serviços de Canoas, garante prefeito

Luiz Carlos Busato declarou que acolhimento é, antes de tudo, uma questão humanitária

Canoas está de braços abertos para receber os venezuelanos vindos de Roraima. É o que garante o prefeito da cidade, Luiz Carlos Busato. Em entrevista ao programa Esfera Pública, nesta segunda-feira, Busato frisou que os 425 imigrantes, contingente que chega em 6 de setembro, não devem causar transtorno à saúde e à educação da cidade. “Muitos deles possuem curso superior, qualificações e não estão deixando seu país por mera vontade, mas por necessidade, são 400 pessoas que estão sofrendo.”

Ele lembrou que o prazo estipulado para permanecerem na cidade (6 meses), talvez nem seja cumprido integralmente. “Em razão de alguns possuírem instrução, muitos outros municípios já manifestaram o interesse em contar com essa mão de obra e por isso talvez eles fiquem somente 30 ou 60 dias. Mas caso eles gostem da cidade, podem permanecer por aqui”.

O prefeito salientou ainda que a atitude do município é, acima de tudo, uma questão humanitária. “Não podemos, numa situação destas dizer não aos venezuelanos. Eu, quando recebi o contato do governo federal nos consultando me lembrei dos meus antepassados que vieram da Itália e aqui foram bem acolhidos.”

Busato esclareceu que Canoas não vai ter de desembolsar nada com hospedagem e assistência aos imigrantes. “Nós estamos recebendo um pouco mais de R$ 1 milhão adiantados. Este dinheiro deve estar no nosso caixa ainda esta semana. Com isso vamos chamar, dentro do nosso projeto Gerações, professores e assistentes sociais aposentados para ajudar os imigrantes a se ambientarem”, esclarece.

Ao todo, 646 venezuelanos devem ser trazidos para o Rio Grande do Sul. Os demais 121 vão ficar em Esteio, que recebe R$ 530 mil do governo federal para as ações de acolhimento.