O folclorista Paixão Côrtes, de 91 anos, faleceu, às 16h desta segunda-feira, depois de ficar mais de um mês internado na CTI do Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre. As causas da morte não foram divulgadas pelos familiares.
Em julho, Paixão Côrtes teve de se submeter a uma cirurgia após sofrer queda e fraturar o fêmur. O tradicionalista vai ter o corpo velado no Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini, a partir das 10h desta terça-feira. O governador José Ivo Sartori decretou luto oficial de três dias e a bandeira do Estado está a meio mastro no Palácio.
Compositor, historiador, radialista e pesquisador da cultura gaúcha, Paixão virou símbolo do Rio Grande do Sul após ter fundado, junto a Barbosa Lessa e Glauco Saraiva, o Movimento Tradicionalista Gaúcha (MTG) e o CTG 35, em 1948, em Porto Alegre.
Em 1954, Côrtes, serviu de modelo para a estátua do Laçador, obra do escultor Antônio Caringi instalada na zona Norte da Capital e escolhida, em 1992, símbolo de Porto Alegre.
O presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Nairo Callegari, também decretou luto de três dias para a entidade e colocou as bandeiras a meio mastro na sede do MTG. Callegari destacou o legado do tradicionalista.
“Côrtes foi um homem além do seu tempo. Ele fez uma releitura e o resgate da cultura local, assim como trouxe à tona as origens dos gaúchos. Perdemos uma pessoa que conseguiu transformar um sentimento que nasceu aqui no Rio Grande do Sul. Sentimento, como ele mesmo dizia, ter deixado de ser fogo de chão para se universalizar”, sustenta Callegaro.
Através de nota, o Sport Club Internacional lamentou o falecimento do folclorista, que era cônsul cultural do clube.
Patrono da Feira do Livro de Porto Alegre, em 2011, Paixão Côrtes anunciou, em julho do ano passado, o afastamento da vida pública. O texto, escrito pelo filho Carlos, detalhou momentos importantes da vida dele, como em 1947, quando liderou os estudantes que fundaram o Departamento de Tradições Gaúchas do Grêmio Estudantil do Colégio Júlio de Castilhos em Porto Alegre, célula-mater do MTG. “Esse núcleo estudantil foi o centro agregador para um grupo de jovens que protagonizaram pioneiramente momentos marcantes na história do tradicionalismo”, salienta a carta.
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