Os 646 imigrantes venezuelanos vindos de Roraima devem chegar ao Estado até 15 de setembro e serão hospedados em Esteio e Canoas, na região Metropolitana. Na manhã desta sexta-feira, representantes dos governos federal, estadual e municipais e da Organização das Nações Unidas (ONU) assinaram os acordos para o recebimento dessas pessoas.
Em Esteio, dois abrigos receberão 221 pessoas. Já em Canoas, serão 425 vagas disponíveis em três locais. As prefeituras receberão verbas do governo federal para ajudar na manutenção dos imigrantes por um período de seis meses. Serão repassados R$ 530,4 mil para Esteio e R$ 1,02 milhão para Canoas. Os recursos de hospedagem serão destinados pela ONU.
Segundo o ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, os recursos destinados às prefeituras para a ajuda aos imigrantes não serão deslocados de outras áreas. “É um orçamento de contingência para situações emergenciais, como é essa do processo de imigração. Então, são recursos próprios e que estão disponíveis. E repassaremos [esses valores] para Canoas e Esteio antes mesmo da chegada da primeira leva de imigrantes. Passaremos os seis meses para que haja garantia que as prefeituras tenham esse dinheiro já em caixa para que não tenha qualquer risco de interrupção ou de demora de repasse”, explicou o ministro.
A representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Isabel Marques, agradeceu a receptividade do governo brasileiro com os imigrantes. Ela salientou que os venezuelanos estão migrando do país deles por que estão sem opção de viver com dignidade. “São milhões de pessoas que não tiveram outra opção a não ser se deslocar para outro País. Elas não escolheram deixar o país delas. Elas foram forçadas por vários fatores”, disse a representante da ONU.
Antes da assinatura dos contratos, a comitiva visitou um dos locais que receberá 140 imigrantes em Esteio. Nas proximidades do local, alguns poucos moradores criticavam a medida e diziam que não concordavam com a vinda dos venezuelanos. O prefeito do município, Leonardo Pascoal, minimizou as críticas. “Esteio é um município de 85 mil habitantes e estamos recebendo 221 venezuelanos. Não serão essas pessoas que causarão qualquer tipo de colapso nas nossas redes de assistência social, saúde ou educação. Claro que exige, num primeiro momento, um esforço grande para a gente acolhê-los, e eles se ambientarem e se inserirem nessa rede, mas nós já temos algo estruturado que dá conta dessa demanda”, avaliou o prefeito.
De acordo com o ministério do Desenvolvimento Social os imigrantes venezuelanos que virão ao Rio Grande do Sul se voluntariaram para o processo de interiorização. Aproximadamente 50% deles têm curso superior, o que deve facilitar a busca deles por empregos.
Desde o início deste ano, já foram interiorizados 820 pessoas para diferentes Estados do Brasil. Ao todo, cerca de mil venezuelanos abrigados em Roraima – distribuídos em 10 abrigos em Boa Vista e Pacaraima – serão interiorizados. A maioria dos imigrantes está vivendo em condição de rua e o governo quer acelerar o processo de interiorização.
Este é um dos cinco alojamentos que receberão, nas próximas semanas, 600 imigrantes venezuelanos em Esteio e Canoas. Nesta manhã, os ministros do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, visitam dois dos locais.@RdGuaibaOficial pic.twitter.com/CR6Y6gX2my
— Carlos Machado (@_carlos_machado) August 24, 2018