A Polícia Civil realizou uma operação na manhã desta quinta-feira para verificar irregularidades na contratação de empresas para prestação do serviço de água e esgoto no município de Ivoti, apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Segundo os delegados André Lobo Anicet, Max Otto Ritter e Luciana Caon, a cidade abriu mão do serviço de abastecimento de água e esgoto, que até então era prestado pela Corsan, e criou uma autarquia municipal para prestar este serviço.
“Com a criação da autarquia, houve a necessidade de contratação de empresas para a prestação de serviços. Conforme relatórios do TCE, as irregularidades teriam ocorrido na contratação destas empresas”, explicaram os delegados.
Nas buscas, diversos documentos e contratos foram apreendidos. Em um depósito, nos fundos da autarquia, em um prédio abandonado, estavam documentos de uma das licitações investigadas que envolvia a contratação de subestações elétricas para o município, conforme o delegado Ritter.
Conforme as investigações, empresas conhecidas da região estariam sendo beneficiadas pelo prefeito época, bem como o Presidente da Autarquia Municipal de água e esgoto. A polícia buscou comprovar o direcionamento das contratações realizadas com dispensa de licitação, contratações diretas, nas quais foram alegadas a emergencialidade, bem como as licitações realizadas.
“Interessante ressaltar que nestes contratos, os investigados buscaram sempre a participação, de pelo menos três empresas para compor cada uma dessas licitações. Durante o certame, ou as demais desistiam, ou não juntavam determinado documento exigido, restando na seleção apenas a empresa parceira do então prefeito e do presidente da autarquia”, acrescentaram os delegados.
Foram cumpridos 15 mandados de busca nas cidades de Ivoti, Canoas, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Bom Princípio, Tupandi e Presidente Lucena. Além de residências, empresas, a autarquia municipal de água e esgoto de Ivoti e a sede da Prefeitura Municipal.