Administradora espera reabrir Hospital Beneficência Portuguesa na semana que vem

Vigilância em Saúde depende de adequações do hospital para autorizar reabertura

Foto: Fabiano do Amaral / CP

A reabertura de parte dos setores do Hospital Beneficência Portuguesa, no Centro de Porto Alegre, é aguardada para a próxima semana caso haja aval da Vigilância em Saúde do município. Conforme o diretor executivo da Associação Beneficente São Miguel, Ricardo Pigatto, as últimas adequações apontadas pela Vigilância estão sendo finalizadas, e a expectativa agora é pelo aval da Coordenadoria. Na primeira etapa, conforme a administradora do hospital, serão reabertos 22 leitos para atendimentos privados e de convênio.

Até agora, foram finalizadas obras em espaços com 22 leitos de internação, no 4º piso, e o pronto-socorro. O terceiro andar da instituição segue com obras em andamento, com previsão de reabertura entre o fim de outubro e começo de novembro. Lá, vão funcionar centros de internação e de materiais esterilizados, bloco cirúrgico, salas de recuperação e UTI, além de outros 45 leitos de internação.

Já a Vigilância em Saúde de Porto Alegre informou ter emitido notificação para que a administração do hospital garanta a segurança dos pacientes, com a lista dos itens que devem ser providenciados para liberar o funcionamento do Pronto Atendimento.

Na nota, a Vigilância detalha que “as adequações necessárias e essenciais para a segurança dos pacientes são relacionadas à agência de transfusão de sangue e hemoderivados, transporte de amostras biológicas e hemocomponentes e laudo de pleno funcionamento do gerador de eletricidade.” Além disso, a Coordenadoria também reforça que o pronto-atendimento do espaço vai ser liberado assim que o estabelecimento apresentar a adequação dos itens.

A retomada dos atendimentos pelo SUS depende de acordos com a Prefeitura, com quem a instituição guarda dívidas referentes à gestão passada. O grupo da Serra gaúcha passou a arrendar todo o espaço físico do Beneficência e a assumir a gestão de todo o passivo. A instituição vinha acumulando cerca de R$ 100 milhões em dívidas e, sem conseguir pagar os funcionários, só não havia fechada porque mantinha internados apenas dois pacientes.

Demissões

A Associação Beneficente São Miguel também admitiu que alguns funcionários do hospital estão sendo desligados da instituição. Segundo Pigatto, parte desses empregados não passou pelo crivo da associação por não se enquadrar nas exigências para a nova fase do hospital, e outros eram funcionários-fantasmas: batiam o ponto, ainda na administração anterior, sem trabalhar. A Associação também mencionou as demissões indiretas, a partir das quais muitos trabalhadores foram recontratados após conseguirem, juridicamente, o desligamento com a gestão anterior.

A ABSM negou, entretanto, que haja demissões em massa, mas garante que as dívidas trabalhistas anteriores à assinatura do contrato – em julho – não são de responsabilidade da entidade, ficando apenas responsável por gerir o passivo. Nesses casos, os trabalhadores demitidos terão de buscar os direitos na Justiça.