Um homem de 49 anos, identificado como Cláudio Luiz Oliveira dos Santos, teve o corpo encontrado dentro da cela em que cumpria pena no complexo III da Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan III), na manhã desta quarta-feira. Conforme as informações preliminares da Superintendência dos Serviços Penitenciários do Rio Grande do Sul (Susepe), agentes localizaram o apenado já sem vida e com um fio de luz ao redor do pescoço. Essa é a primeira morte registrada no complexo, que vem sendo ocupado gradativamente desde 2016.
Ainda de acordo com a Susepe, o apenado havia sido transferido na última quarta-feira da Pecan IV para a Pecan III. Ele cumpria pena por crimes de furto, arrombamento, porte ilegal de arma e estupro, dentre outros, estando condenado, até o momento, a 7 anos e 8 meses de prisão. A Susepe espera o laudo pericial para determinar a causa da morte e já instaurou o processo administrativo para apurar o caso. Em nota, a superintendência também disse considerar “prematuro” tratar o caso como homicídio.
O complexo penitenciário de Canoas é considerado modelo, tendo em vista que os presos encaminhados até lá são submetidos a triagem para evitar que membros de facções comandem galerias do local.
Polícia Civil suspeita de assassinato
Conforme o delegado Luís Antônio Firmino, os policiais foram acionados a partir do relato de que um suicídio havia acontecido na prisão. “Assim que os policias ingressaram no espaço encontraram uma cena característica de homicídio, com sinais de luta corporal”, salienta. Firmino detalha que havia sangue no rosto de Santos, o que não é considerado comum nesse tipo de situação. “Ao nos depararmos com a cena, pelas circunstâncias que foram observadas, o caso começou a ser tratado diferente da primeira informação que recebemos”, explica.
Segundo ele, havia outros sete homens no local. “Ainda não ouvimos ninguém, mas já pedimos autorizações judiciais para que possamos buscar os detentos e colher os depoimentos”, completa.
Firmino esclarece que ainda não há linha de investigação definida e que chegar à autoria de um crime que ocorre dentro da cadeia é uma tarefa desafiadora, já que a lei do silêncio costuma imperar.
A Polícia Civil solicitou também autorização para que os detentos que dividiam a cela com Santos sejam conduzidos ao Departamento Médico Legal (DML) para verificar se algum deles teve alguma espécie de lesão.
“Se, de fato, houve luta corporal, pode existir marcas que serão identificadas pela perícia”, explica. De acordo com Firmino, a necropsia, em média, demora três meses para ser liberada.
*Com informações da repórter Franceli Stefani/Correio do Povo