O secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul disse, em entrevista nesta terça-feira à Rádio Guaíba, que considera “lastimável” que a criação da Força Gaúcha de Pronta Resposta seja criticada sem que haja informações. A Associação dos Oficiais da Brigada Militar (ASOFBM) manifestou, ao Correio do Povo, preocupação com a medida lembrando que já existem batalhões e pelotões de operações especiais atuando de prontidão. “Não entendemos como adequada”, resumiu o presidente da entidade, coronel Marcelo Gomes Frota.
Segundo Schirmer, a Força Gaúcha se baseia na atuação da Força Nacional. “O próprio nome está dizendo: é pronta resposta. E é uma pronta resposta não de uma ou de outra instituição de segurança pública, mas das instituições de segurança pública somadas e integradas”, disse o secretário.
Como exemplo, Schirmer citou a chacina recente que aconteceu em Viamão. “A chacina aconteceu à meia noite. Se nós tivermos uma força pronta, qualificada e integrada com diferentes instituições da segurança pública – como a Brigada Militar, Polícia Civil, Susepe, Corpos de Bombeiros, Instituto Geral de Perícias – duas horas depois todo esse agrupamento vai estar presente, ocupando a cidade. São estruturas com veículos, armas e pessoas prontas para imediatamente agir”, explicou.
A Força Gaúcha deve começar a operar no início da próxima semana. A previsão inicial era para esta, mas a demora em padronizar os veículos que serão usados atrasou o processo. A sede vai ficar em Porto Alegre, mas os agentes poderão atuar em todo o Rio Grande do Sul. Na semana passada, o secretário reforçou que os focos previstos inicialmente para o trabalho da Força incluem crimes praticados contra bancos, quadrilhas especializadas em abigeato, roubos de veículos e cargas, além de grandes eventos e catástrofes, por exemplo.
O emprego da Força Gaúcha vai ocorrer mediante análise de inteligência e estatística, dando apoio às demais forças de segurança e às comunidades com ações de cunho pontual. Ela deve incluir servidores ativos e inativos, sobretudo policiais militares aposentados, além de policiais civis, bombeiros militares, agentes penitenciários e peritos.
Para o coronel da ASOFBM, o emprego de aposentados, com mais de 50 anos de idade, também é preocupante. “Vão fazer um enfrentamento com criminosos violentos”, afirmou, citando como exemplo as quadrilhas de assaltos a bancos e os traficantes de drogas em guerra.