Rigotto defende afastamento de Temer da campanha eleitoral a fim de evitar desgaste de Meirelles

Para ex-governador, presidente da República deve focar as atenções no término do mandato

Foto: Lucas Rivas / Rádio Guaíba / Arquivo

Candidato a vice-presidente da República na chapa de Henrique Meirelles, do MDB, o ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto criticou hoje as manifestações do presidente Michel Temer em torno da campanha eleitoral. Com apenas 3% de aprovação da população, segundo pesquisa divulgada ontem pela CNT/MDA, Temer se tornou alvo de desaprovação de Meirelles, que busca se descolar da imagem de herdeiro do emedebista.

Nesta terça, em entrevista ao Esfera Pública, Germano Rigotto também considerou que Temer deve focar as atenções no término do mandato, que finaliza em dezembro, em vez de se envolver no pleito eleitoral. “O presidente Michel Temer tem que se preocupar com o governo, em pavimentar uma situação melhor para quem vai assumir. Esquece a campanha eleitoral”, frisou.

Em chapa pura com Meirelles, o ex-governador também garantiu que o ex-ministro da Fazenda não vai construir uma base de sustentação no Congresso amparada por troca de favores caso seja eleito. “O presidente não pode vender a sua alma. Ele tem que qualificar a sua equipe de governo e o Meirelles não tem compromisso com ninguém, se ganhar a presidência da República, de colocar este ou aquele”, assegurou Rigotto.

Enquanto defende construir uma base de coalizão distinta, com indicações técnicas, ele mesmo reconhece que a renovação política deva ser pequena nas eleições de outubro. “É claro que a gente vai ter uma renovação muito pequena no Congresso Nacional, a sociedade espera uma renovação, mas ela vai ser de 20% provavelmente, falando em Câmara e Senado”, estimou.

Rigotto também reafirmou o desejo de disputar a corrida ao Planalto ao lado de Meirelles rechaçando qualquer arrependimento de ter desistido de disputar uma das duas vagas ao Senado pelo Rio Grande do Sul. “Com certeza eu troquei uma eleição praticamente certa ao Senado, mas não me arrependi”, concluiu.