Jungmann: PF está à disposição para investigar caso Marielle

Crime completa cinco meses amanhã

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, durante entrevista coletiva, no Palácio do Planalto.

O governo federal colocou a Polícia Federal e o Ministério Público Federal à disposição do Rio de Janeiro para colaborar nas investigações da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, que completa 5 meses amanhã.

Foi o que garantiu hoje o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, após participar de uma reunião no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Rio de Janeiro, para tratar de parcerias para a construção de presídios.

De acordo com o ministro, logo no início das investigações, em março, cogitou-se a federalização da investigação do caso, mas a procuradoria do estado se opôs e levou a questão para o Conselho Nacional do Ministério Público, mesmo com o pedido feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

“Passados 150 dias, nós entendemos que temos a obrigação de colocar a Polícia Federal à disposição, seja do Ministério Público, seja da segurança do estado, para ajudar efetivamente ou assumir a investigação”, disse.

O ministro destacou que não ser trata de desqualificar a equipe da Polícia Civil que comanda as investigações, mas reconhecer as dificuldades e a complexidade do caso. “A Polícia Federal é uma das melhores polícias investigativas do mundo, tem recursos tecnológicos, tem recursos humanos, tem recursos orçamentários para sustentar qualquer investigação que se faça necessária”.

Questão de honra
Jungmann afirmou que a solução do caso é uma questão de honra para o governo federal. Entretanto, a esfera federal não pode interferir sobre a investigação. Sem citar nomes, Jungmann confirmou que há envolvimento de políticos no caso e lembrou que, há 10 anos, ainda como deputado, alertou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o problema das milícias que passaram a controlar territórios no Rio de Janeiro e a influenciar de forma incisiva na escolha dos eleitores desses locais.

Na semana passada, a revista Veja publicou a denúncia de que três deputados estaduais do Rio de Janeiro, todos do MDB, podem estar envolvidos no assassinato de Marielle.