No décimo dia de greve, os municipários de Porto Alegre, realizaram uma caminhada na manhã desta quinta-feira na Capital. Os servidores se concentraram, a partir das 9h30, em frente à Secretaria Municipal da Saúde, na avenida João Pessoa, 325. No local, fizeram uma manifestação para pedir a abertura de uma mesa de negociação com o prefeito Nelson Marchezan Júnior. O protesto também tinha o objetivo de entregar um relho ao secretário Erno Harzheim.
Conforme os servidores, o relho seria uma espécie de “prêmio” ao secretário. A caminhada dos servidores saiu do Centro de Porto Alegre passou pelo prédio da Secretaria Municipal de Saúde, na avenida Loureiro da Silva, e encerrou no Hospital de Pronto Socorro. A paralisação do Sindicato dos Municipários (Simpa) já dura 10 dias e nessa quarta-feira foi estendida, conforme a decisão tomada em assembleia. Em nota divulgada no início desta tarde, a Secretaria Municipal da Saúde criticou a invasão do prédio (ver abaixo).
Às 11 horas, os servidores partiram em caminhada até o Hospital de Pronto Socorro, onde foi instalado um piquete. Amanhã, os municipários vão participar do Dia do Basta, promovido por centrais sindicais e movimentos sociais em defesa do emprego, da aposentadoria e dos direitos trabalhistas. A concentração terá início às 8h30, em frente à Fecomércio, na avenida Alberto Bins, no Centro da Capital. Os servidores municipais querem reajuste de salários com a reposição da inflação pelo IPCA integral, melhoria das condições de trabalho com valorização e capacitação dos recursos humanos e reposição de quadros funcionais, além da rediscussão de projetos em tramitação na Câmara de Vereadores.
Nota Oficial sobre invasão à Secretaria da Saúde:
O Governo Municipal repudia os atos de barbárie protagonizados pela direção do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), acompanhada por um grupo de cerca de 200 manifestantes em greve, ligados à entidade, que nesta manhã invadiram as dependências do prédio-sede da Secretaria da Saúde, no Centro Histórico.
Os invasores forçaram as portas das salas do quarto andar onde estão localizados os gabinetes do secretário e do secretário adjunto. O ato trouxe transtornos a quem estava buscando encaminhamentos para serviços de saúde no local e provocou apreensão aos servidores que desempenhavam suas funções.
Em outra ação, o Simpa provocou transtornos no trânsito da cidade, principalmente nos acessos ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), no final da manhã, dificultando que dezenas de pessoas fossem atendidas na instituição. A demora no pronto-atendimento, eventualmente, poderá gerar alguma sequela nos pacientes que tiveram problemas na entrada do HPS.
O secretário da Saúde, Erno Harzeim, lembra que o movimento grevista traz intranquilidade à população de Porto Alegre, principalmente num momento onde são registrados aumentos na demanda nos postos e hospitais, por ser época de incidência de doenças respiratórias típicas do inverno.
A greve também afeta a campanha de vacinação contra o sarampo e a poliomielite, cuja incidência vem crescendo no país. Qualquer diminuição no trabalho de imunização ameaça impactar o número de casos em Porto Alegre, onde já houve registro de contágio.
A estratégia de provocar o caos no serviço público, desta vez na área da saúde, demonstra a falta de civilidade e o desrespeito à vida por parte dos manifestantes.