“Brincadeira e ironia não fazem parte da nossa gestão”, fala secretário da Capital após ocupação

Em entrevista ao Guaíba News, Erno Harzheim disse que Simpa decidiu, desde o ano passado, que não queria mais dialogar com a Secretaria

Secretário municipal da Saúde, Erno Harzheim. Imagem: Divulgação, Câmara Municipal de Porto Alegre

Após um grupo de servidores municipais ligado ao Sindicato dos Municipários (Simpa) ter ocupado a Secretaria Municipal de Saúde e instalado um piquete em frente ao Hospital de Pronto Socorro, o titular da Pasta, Erno Harzheim, disse hoje, em entrevista para o Guaíba News, que “brincadeira, ironia e metáforas” não fazem parte do trabalho da Prefeitura. Durante o protesto, que marcou o 10º de greve dos municipários, os manifestantes tentaram entregar um relho ao secretário.

De acordo com Harzheim, o governo municipal entende que participa de atos desse tipo quem quer perturbar o trabalho, “provocando tumulto e desestabilizando emocionalmente quem quer trabalhar seriamente”. Além disso, salientou para o impacto sobre a população que precisa dos serviços da saúde diariamente, principalmente em época de inverno, quando doenças respiratórias fazem crescer a demanda.

Dentre os serviços afetados pela greve e pelas manifestações, o secretário citou exames de imagem, unidades básicas de saúde, pronto atendimentos e salas de vacinação. Para o secretário, o próprio Simpa decidiu, desde o ano passado, que não queria mais dialogar com a Secretaria quando decidiu desocupar o horário fixo mensal que dispunha para tratar de demandas com o secretário.

Prefeito pede novamente auxílio policial

Na manhã desta quinta, o prefeito Nelson Marchezan Júnior solicitou, ao secretário estadual da Segurança Pública, Cezar Schirmer, auxílio da Brigada Militar para garantir que os serviços essenciais não sejam afetados com protestos de servidores.

Marchezan pediu, expressamente, apoio policial para “o livre acesso da população em todos os órgãos públicos, especialmente os de caráter essencial, e também para garantir o trabalho dos servidores públicos municipais, ameaçados pelos infratores invasores e pelo bloqueio”, cita a nota.

A Secretaria Estadual de Segurança Pública informou que, após a formalização do pedido, Schirmer sugeriu a Marchezan que o município entre com a ação judicial de interdito proibitório. Trata-se de uma ação preventiva para impedir agressões iminentes que ameacem a posse de alguém. Paralelo a isso, orientou o comando da Brigada Militar e a chefia de Polícia a acompanharem os desdobramentos dos fatos para que, “se necessário, fazer algum tipo de intervenção”.