Ana Amélia desmente intenção de menosprezar Bolsonaro ao aceitar posto de vice de Alckmin

Candidata falou ainda que vai prestar "total apoio" a Heinze na corrida pelo Senado

Foto: Pedro França / Agência Senado / CP

Em entrevista para o Esfera Pública, da Rádio Guaíba, a senadora e candidata à vice-presidência da República Ana Amélia Lemos (PP-RS) afirmou hoje que a decisão de concorrer ao Palácio do Planalto ao lado de Geraldo Alckmin (PSDB) não teve como pano de fundo menosprezar ou diminuir qualquer postulante à presidência, em uma referência indireta a Jair Bolsonaro (PSL), com quem o PP gaúcho vinha ensaiando coligação. Conforme ela, o maior medo era recusar o convite e, depois, ver o país “mergulhado em uma crise”.

Segundo a senadora, só é possível se arrepender daquilo que tenha feito, e não do contrário. Por conta disso, preferiu arriscar, mesmo que, conforme manifestações em redes sociais, muitos eleitores não tenham concordado com a decisão e acreditado que ela “traiu” o Partido Progressista.

Quando questionada sobre ser considerada a versão feminina do candidato à presidência Jair Bolsonaro, Ana Amélia disse que a visão do eleitor muda conforme o lado que ele está. Ela lembra que, nas redes sociais dos apoiadores de Bolsonaro, ela é considerada “comunista”, principalmente por ter uma foto junto a Fidel Castro, em Cuba.

Já sobre o apoio a Geraldo Alckmin, e as especulações de corrupção no PSDB, a senadora disse que partidos “não são feitos de anjos”. Ana Amélia salientou que, há, inclusive, alguns considerados “ovelhas negras”. Com isso, fala que não é porque houve corrupção no PSDB que isso significa que Alckmin ou ela tenham de responder pelas irregularidades. “Nunca recebi nenhum auxílio, não tenho nenhuma mordomia, sempre fui correta e não me envolvo nesse tipo de problema. Todos os partidos têm problemas, mas em nenhum eu estarei envolvida”, disse a candidata.

Sobre a retirada da pré-candidatura de Luis Carlos Heinze (PP) ao governo gaúcho, Ana Amélia disse que o agora candidato a senador, na vaga que lhe pertencia, realizou uma “excelente escolha” e vai ter “total apoio” dela. “Afirmei a ele que jamais o abandonaria e que jamais abandonaria também a família Progressista. Inclusive falei que estaremos juntos nessa caminhada, para que ele tenha êxito nessa disputa. Minha sala já está pronta para recebe-lo”, concluiu a senadora.