Em mais uma derrota para o candidato Ciro Gomes (PDT), o PSB vai anunciar a neutralidade no 1º turno das eleições 2018. O partido fechou um acordo com o PT e se comprometeu a não apoiar nenhum candidato à Presidência da República na primeira parte da corrida eleitoral. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Sem aliança com outros partidos, isolado, Ciro vai ter apenas 5% do horário eleitoral – cerca de 36 segundos por bloco. O tempo é oito vezes menor que o do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que sozinho garante cerca de 40% da propaganda eleitoral gratuita.
O acordo entre PT e PSB envolveu a retirada da candidatura da vereadora petista de Recife Marília Arraes ao governo de Pernambuco. Foram 17 votos a 8, a favor da saída dela do páreo, em reunião da Executiva Nacional do PT. A medida era vista como fundamental para a neutralidade do PSB, que quer a reeleição do governador Paulo Câmara (PSB).
O vice-presidente do PT, deputado José Guimarães (CE), disse que “a neutralidade (do PSB) não é suficiente, mas é um passo para unificar a esquerda do País”. De acordo com deputado, o PT decidiu apoiar o PSB em quatro Estados: Paraíba, Amapá, Pernambuco e Amazonas.
A movimentação política também beneficia o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), que desde o início do processo eleitoral rejeitou a possibilidade de aliança do partido com outra legenda de esquerda. Com a neutralidade, França pode apoiar livremente a candidatura de Alckmin, antecessor dele no governo paulista.
Em troca, além da neutralidade, o PSB vai retirar a candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda como candidato ao governo de Minas Gerais, liberando os diretórios a se aliarem a candidatos do PT. A estimativa é que em 14 estados o partido se alie com os petistas localmente.
“Com esse gesto do PT, não vai ter nenhuma disputa no domingo (dia da convenção nacional). Posso garantir que vamos optar pela neutralidade”, disse o deputado Julio Delgado (PSB-MG).
Ciro deve agora contar com apoio de poucos diretórios do partido, como Distrito Federal e Espírito Santo.
PDT ironiza divisão no PSB
Em meio às negociações em torno da chapa de Ciro Gomes, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, criticou a divisão dentro do PSB. “Engraçado é que Pernambuco é que decide sobre o Brasil. Pernambuco está maior do que o Brasil”, ironizou Lupi. “Vamos esperar até dia 5. Até lá, é uma eternidade”, concluiu.
