A Justiça aceitou o pedido de liberdade das 12 pessoas presas em Sapiranga, nessa segunda-feira, no Vale do Sinos. Após uma operação conjunta com a Polícia Civil, Brigada Militar e Corpo de Bombeiros, o Ministério Público pediu a interdição e o encerramento das atividades das unidades da Associação Terapêutica Ferrabraz. A defesa alegou que não há provas suficientes para manter os acusados na prisão.
“Pela documentação não tinha como comprovar que, realmente, aconteciam torturas. Os materiais apreendidos eram ferramentas utilizadas no campo e a clínica funcionava numa fazenda. Eram materiais utilizados na fazenda realmente. E não vimos também nenhum material de tortura apreendido. Com base nisso nós fizemos a defesa”, disse o advogado Pablo Aboal. De acordo com ele, o próximo passo é discutir o mérito da questão na busca pela absolvição.
Sobre o caso
A Associação Terapêutica Ferrabraz, em Sapiranga no Vale do Sinos, trata pacientes com dependência em drogas e álcool. Foram encontradas irregularidades nas três casas ocupadas pela Associação, como falta de atendimento médico e psicológico, péssimas condições de higiene e medicamentos vencidos e sem receita.
Na ação, foram presos o coordenador terapêutico, Darlon Carvalho Rodrigues, e a mãe dele, Nelci Carvalho Rodrigues, atual presidente da Associação, além de mais dez terapeutas, conforme a Polícia Civil. Os mais de 50 pacientes internados nos locais ainda relataram que vivem sob cárcere privado e que sofrem torturas como surras e choques.
A operação ocorreu após o ajuizamento de uma ação civil de execução de Termo de Ajustamento de Conduta assinado com a Associação, e que, conforme o Ministério Público, não vinha sendo cumprido.