O juiz Luís Gustavo Vasques, titular da Vara Criminal de Queimados do Tribunal de Justiça, na Baixada Fluminense, decretou nesta terça-feira a prisão preventiva da falsa médica Mariana Batista de Miranda, de 34 anos, que fazia implantes com silicone industrial na casa dos pacientes.
No dia 16 de março deste ano, ela realizou uma cirurgia estética que levou a paciente Fátima Santos de Oliveira, de 44 anos, à morte após ser internada no Hospital Federal do Andaraí por complicações causadas pela aplicação de substância metacril nas nádegas.
Mariana está presa, desde ontem, em uma ação conjunta de policiais da Delegacia de Queimados e do Ministério Público do Rio e indiciada por homicídio doloso e exercício ilegal da medicina. Mariana é estudante de um curso técnico de enfermagem e fazia preenchimento de glúteos, ao preço de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil. Em depoimento na polícia, a falsa médica disse que apreendeu a fazer a aplicação de metacril com uma travesti que vivia no Complexo do Chapadão, zona norte do Rio.
Fátima de Oliveira tinha feito uma aplicação de meio litro de metacril nas nádegas em fevereiro, mas não ficou satisfeita com o resultado e procurou a falsa médica para um novo preenchimento. Desta vez, Mariana aplicou um litro do silicone industrial. A partir daí começaram as complicações do pós-operatório. Fátima passou mal, teve fortes dores e calafrios e precisou ser internada no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ela acabou transferida para o Hospital Federal do Andaraí, no Rio, onde morreu no dia 8 de abril, vítima de complicações da aplicação do silicone industrial, de acordo com o laudo de necropsia do Instituto Médico-Legal (IML).
De acordo com a decisão do juiz Luís Gustavo Vasques, a acusada assumiu os riscos da prática indevida, atentando diretamente contra a vida alheia. Segundo o juiz, declarações das testemunhas e imagens do celular da vítima ajudaram a identificar Mariana. “A prisão foi decretada porque há risco de reiteração da prática delituosa gravíssima”, disse o juiz.