Um protesto contra a falta de segurança a motoristas de transporte de passageiros por aplicativos (apps) pode criar dificuldades de acesso ao serviço em Porto Alegre, na manhã desta segunda-feira. A partir das 7h, os profissionais fazem concentração junto ao largo Zumbi dos Palmares, onde decidem como vai ser manifestação, contrária também ao prefeito e à plataforma Uber. Uma das possibilidades é a de que a categoria faça uma carreata.
Organizada pela Associação Liga dos Motoristas de Aplicativos (Alma), a paralisação, se perdurar durante o turno da manhã, vai ser “suficiente para alertar a sociedade de um problema amplo e de todos: a alta criminalidade e a insegurança”, sustenta o presidente da entidade, Joe Moraes. Na última semana houve o assassinato de dois motoristas de apps e vários foram assaltados, relembra.
O protesto decorre, ainda, de vetos do prefeito Nelson Marchezan Júnior a emendas feitas pelos vereadores ao texto de regulamentação dos apps, aprovado na Câmara. Segundo Moraes, o prefeito negou emendas que previam minimizar os riscos aos condutores. Ele cita, por exemplo, as que permitam ao motorista ver a foto e identificar o passageiro, saber o destino da corrida antes de aceitá-la e ter a opção de escolher a modalidade do pagamento da corrida.
O presidente da Alma também salienta que a Uber segue obrigando o motorista a aceitar o pagamento em dinheiro e não dá acesso ao destino da corrida solicitada – o que só acontece quando o passageiro entra no veículo.
“Ocorre uma média de três, quatro assaltos por dia de motoristas de apps. Não sabemos nada sobre quem estamos transportando”, enfatiza. Na expectativa de Moraes, a manifestação de amanhã deve obter adesão expressiva. “Afinal estamos 24h por dia expostos ao perigo decorrente da falta de segurança e de policiamento”, explica.
A Alma se propõe a representar aproximadamente 6 mil motoristas de apps em operação entre Porto Alegre e a região Metropolitana.
