À espera do PCdoB, PT adia convenção no Rio Grande do Sul

Lideranças comunistas querem palanque próprio para Manuela na corrida pela presidência

Abigail Pereira (à esquerda) pode ser vice de Miguel Rossetto na disputa pelo Piratini | Foto: Vinicius Roratto / CP Memória

O Partido dos Trabalhadores (PT) adiou a convenção estadual no Rio Grande do Sul, que prevista de início para hoje, a fim de aguardar decisões do PCdoB, que podem levar Abigail Pereira a ser vice de Miguel Rossetto na corrida pelo Piratini. O encontro dos petistas para formalização das candidaturas ficou para o dia 5 de agosto, última data prevista no calendário eleitoral.

Até lá, lideranças nacionais da sigla e também as regionais no RS e em outros Estados, vão monitorar os encaminhamentos dos comunistas, cujas definições ocorrem em Brasília, em 1º de agosto, e podem modificar os cenários das disputas estaduais e nacional.

“A mudança da data da nossa convenção tem dois motivos: a espera pela definição de mais candidaturas para deputados estaduais e federais em nossas nominatas e a adequação ao calendário nacional para observarmos as decisões do PCdoB. Estamos trabalhando com a hipótese de termos o PCdoB ao nosso lado”, disse ontem o presidente do PT gaúcho, deputado federal Pepe Vargas.

Abigail concorreu como vice na chapa com Tarso Genro (PT), derrotada por José Ivo Sartori (MDB) no último pleito, em 2014. Lideranças próximas a Miguel Rossetto, que evita falar sobre o tema por conta da manutenção da pré-candidatura pelos comunistas, confirmaram a simpatia do ex-ministro pela parceria.

Entre lideranças do PCdoB, no entanto, o tema está subordinado a dois aspectos principais: a necessidade de um palanque próprio para a campanha da presidenciável gaúcha Manuela D’Ávila e a percepção da necessidade de unidade no campo político de esquerda. Esse segundo aspecto ganhou força durante a semana com a adesão do bloco intitulado de Centrão à campanha nacional de Geraldo Alckmin (PSDB).

“A unidade do lado de lá em torno do Alckmin cria a necessidade de uma composição no nosso campo. Aqui no Estado, além das definições nacionais, precisamos analisar meios de chegarmos ao segundo turno, impedindo que isso ocorra com duas candidaturas do outro campo”, descreve o presidente do PCdoB gaúcho, Adalberto Frasson.