Em Porto Alegre, Marina critica alianças feitas para candidatura tucana à Presidência

"Eu não pretendo driblar, eu pretendo enfrentar a grande injustiça que foi feita pelos grandes partidos da velha polarização", disse a pré-candidata da Rede

Foto: Carlos Machado/Rádio Guaíba

A pré-candidata da Rede Sustentabilidade (Rede) à presidência da República, Marina Silva, participou nesta sexta-feira da palestra almoço Tá na Mesa, da Federasul, em Porto Alegre. Antes do evento com empresários, a ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula conversou com jornalistas e fez uma crítica à aliança que se formou em torno da candidatura de Geraldo Alckmin, pré-candidato ao Planalto pelo PSDB.

“Com exceção do Alckmin, que já pegou todo o condomínio que estava com a Dilma em 2014, a maioria dos candidatos ainda também não definiu as alianças concretamente. É um processo que está em curso. E eu não pretendo driblar, eu pretendo enfrentar a grande injustiça que foi feita pelos grandes partidos da velha polarização que se uniram para determinar que somente eles podem ter condições de estrutura para concorrer a uma eleição. Tanto é que repartiram o fundo eleitoral apenas entre PT, PSDB, MDB e DEM, na sua grande maioria. É uma coisa assustadora. E ainda tem o tempo de televisão: o Alckmin já tem 10 minutos dos 20 minutos que serão disponibilizados; eu terei oito segundos. É a realidade de um país aquilo que é do público para privatizar para meia dúzia”, denunciou a pré-candidata.

Sobre as notícias que circularam de que tem mantido diálogo próximo com Ciro Gomes, Marina Silva, que pretende concorrer à presidência da República pela terceira vez, disse ter conversado com os candidatos que não tenham sido pegos no doping da Lava Jato, mas que não pretende abrir mão do projeto que pensou para o Brasil.

“Conversei já com Álvaro e converso com Ciro Gomes, até porque a gente não pode só pensar na eleição. Nós temos que pensar num realinhamento político para esse país. Depois das eleições de 2018, o que vai ficar? Então, tenho sim buscado o diálogo até porque não trato adversários como inimigos. Temos visões e propostas diferentes, mas não trato ninguém como inimigo. Mas isso não significa abrir mão do projeto um do outro. Na democracia, nós temos que aprender a conversar com as pessoas, sem precisar aniquilar as contribuições”, explicou.

Sobre o apoio da Rede à candidatura de Eduardo Leite (PSDB) ao governo do Estado, Marina afirmou que não generaliza as pessoas. “Eu mantenho minha posição de crítica ao condomínio do Alckmin. Acho, inclusive, que o jovem ex-prefeito de Pelotas é uma pessoa diferenciada. Mas o palanque dele, com certeza, será do partido dele. O meu palanque será o do [deputado federal] João Derly e o dos nossos candidatos. Eu não generalizo as coisas: nem todas as pessoas do PT, do MDB e do PSDB são iguais. A crítica que eu faço é àqueles que se corromperam e que trocam o projeto de País por um projeto de poder, mas nem todas as pessoas são assim”, finalizou.