O laudo oficial da morte da brasileira Raynéia Gabrielle de Lima, divulgado pelo Instituto Médico Legal na Nicarágua nesta quinta-feira, esclarece que a estudante morreu em decorrência de ferimentos a bala no tórax e abdome, mas omite informações sobre o calibre da munição utilizada, o número de disparos e o tipo da arma. Na quarta-feira, um médico que atendeu Raynéia informou que o tipo de ferimento indicou uso de arma de alto calibre.
As informações não registradas no laudo oficial podem comprometer as investigações sobre as circunstâncias da morte de Raynéia, cujas versões estão em disputa pelos grupos pró e contra o governo de Daniel Ortega. O governo da Nicarágua garante que um vigilante noturno matou a estudante brasileira, o que sugere, no máximo, o uso de uma arma de baixo calibre, como uma pistola.
Já os relatos de testemunhas são que um grupo de homens encapuzados cercaram o carro e dispararam diversas vezes. No momento do anúncio da morte de Raynéia, Ernesto Medina, reitor da universidade onde ela era estudante, afirmou que a brasileira tinha sido executada por paramilitares.
Em entrevista ao jornal La Prensa, o advogado do Cenidh (Centro Nicaraguense de Direitos Humanos), Gonzalo Carrión, questionou a atuação da polícia. “A instituição deixou de ser profissional há muito tempo. Não se pode ter certeza sobre seus comunicados”, disse.
Carro desaparecido
Outro elemento importante das investigações é o sumiço do carro de Raynéia. Não há notícias sobre o paradeiro do veículo. Os pais do namorado da brasileira relataram aos jornais locais que chegaram ao local do ataque pouco depois de serem avisados pelo filho, mas o veículo já tinha desaparecido.
Enterro no Brasil
O laudo do IML também registra que o corpo está a disposição das autoridades da Embaixada do Brasil. O governo de Pernambuco confirmou que vai pagar o traslado.
*Com informações de Cristina Charão / R7
