Após morte de estudante, Brasil chama de volta embaixador em Manágua

Embaixadora da Nicarágua no Brasil também foi convocada a prestar explicações

O Itamaraty chamou, para consultas, o embaixador brasileiro na Nicarágua, Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos. A decisão ocorre após a morte de uma universitária brasileira, nessa segunda-feira, na capital Manágua. Hoje a embaixadora da Nicarágua no Brasil, Lorena Del Carmen, também foi convocada a prestar explicações. Ela esteve no Itamaraty em reunião com o subsecretário de América Central e Caribe, Paulo Estivallet.

A estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima morreu baleada com um tiro no peito que, segundo o reitor da Universidade Americana (UAM), Ernesto Medina, partiu de “um grupo de paramilitares” no sul da capital Manágua.

Mais cedo, o governo brasileiro já havia manifestado indignação e exigido que autoridades nicaraguenses mobilizem todos os esforços necessários para identificar e punir os responsáveis pelo assassinato da estudante. No texto, o governo ainda condenou “o aprofundamento da repressão, o uso desproporcional e letal da força e o emprego de grupos paramilitares em operações coordenadas pelas equipes de segurança” e repudiou a perseguição a manifestantes, estudantes e defensores dos direitos humanos na Nicarágua.

Recomendações
Desde o início da crise no país, o Ministério das Relações Exteriores orienta que brasileiros não viajem à Nicarágua. Se a viagem for inevitável, o Itamaraty sugere as seguintes recomendações:

– Evite participar e aproximar-se de manifestações;

– Evite deslocamentos desnecessários. Caso seja necessário fazer um deslocamento, esteja acompanhado ou passe por vias com policiamento;

– Manter em dia e válido o passaporte para uma eventual saída emergencial do país;

– Carregue sempre uma cópia do passaporte ou de um documento de identificação válido. Mantenha uma cópia também no correio eletrônico;

– Avise pessoas próximas (parentes e amigos) sobre a localização e meios de comunicação;

– Evite viajar para o interior do país e o deslocamento por estradas para fora da capital, que vêm sendo bloqueadas por criminosos armados.