Analisar o goleiro Alisson não deveria gerar tanta polêmica. Em tese, seria como falar de qualquer outro jogador da Seleção Brasileira. No Rio Grande do Sul, entretanto, não. Falar de Alisson é estabelecer uma guerra de cores.
Para colorados, mesmo que nem achem isso, o dever é gritar que Alisson é o melhor goleiro do planeta. Os menos bravos “admitem” que pode estar entre, sei lá, os cinco melhores. Para os gremistas, ao contrário, o dever é lembrar que Alisson levou 5×0 num Grenal, que tomou sete gols do Liverpool na Champions e que passou a Copa do Mundo sem praticar uma defesa.
Ora, tenhamos discernimento. Torcer para Grêmio ou Inter não é salvo-conduto para transpor a realidade com pirraça pré-estabelecida.
Alisson é um grande goleiro. Fez uma temporada fantástica na Roma. Você não é obrigado a ver o Campeonato Italiano, mas converse com quem o assiste antes de julgar. Tem goleiros melhores? Claro que tem! Neuer, Buffon (mesmo com 39 anos), Courtois, Ter Stegen, De Gea (mesmo com a péssima Copa)…
Qual é o problema, colorados, de concordar que há goleiros melhores? Qual é o problema, gremistas, de admitir que ele ocupa hoje um lugar de destaque entre os melhores do mundo?
Se o Liverpool pagar mais de 300 milhões de reais por ele, bom para a Roma, que terá dinheiro de sobra para buscar um grande substituto. Talvez Klopp veja em Alisson um titular para os próximos cinco, seis, oito, dez anos. É esperar para ver.