Congresso mantém salário mínimo ainda abaixo de R$ 1 mil

Governo considera que redução de R$ 4 em relação ao montante previsto - de 1.002 - vai resultar em um ganho de R$ 13,4 bilhões para os cofres públicos no ano que vem

Foto: Divulgação

O salário mínimo passa a ser de R$ 998, a partir de 1º de janeiro de 2019. É esse o valor aprovado pelo Congresso dentro da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), examinada pela Câmara e pelo Senado na noite de ontem. O texto agora segue para a sanção presidencial.

O piso supera em 4,6% os R$ 954 pagos hoje aos trabalhadores. Como a previsão de inflação, entre os economistas ouvidos pelo Banco Central (BC), é de 4,17% em 2018, o novo salário mínimo tende a representar um ganho real de 0,4%.

O valor aprovado pelo Congresso, no entanto, é 0,4% menor em relação aos R$ 1.002 presentes na previsão inicial do governo para o mínimo nacional do ano que vem.

Ao reduzir essa projeção, a equipe econômica estimou que a inflação para 2018 seja de 3,3%, valor 0,87 ponto percentual inferior às expectativas atuais do mercado financeiro. O governo considera que a redução de R$ 4 vai resultar em um ganho de R$ 13,4 bilhões para os cofres públicos no ano que vem.

Por lei, o salário mínimo brasileiro deve ser definido, até 2019, com base no crescimento da economia de dois anos antes mais a inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), índice próximo ao IPCA, do ano anterior.

Vale lembrar que, em 2018, o salário mínimo estabelecido resultou em uma perda real na remuneração paga aos trabalhadores. Isso ocorreu com a aceleração da inflação ao fim do ano passado, o que levou o índice de preços a fechar 2018 em 2,07%, quando o reajuste mínimo já havia sido fixado em 1,81%.