A Uber alterou o modelo de cálculo para o pagamento de motoristas no Brasil. A medida já está valendo em Porto Alegre. A partir de agora, o valor pago aos condutores no final de cada viagem vai levar em conta o tempo e a distância percorridos.
Isso quer dizer que, se o preço antecipado considerou um percurso de 5 km em 15 minutos, mas a viagem foi de 5,5 km e 20 minutos, o motorista vai receber o valor pelo tempo e distância final. Se o percurso e distância forem menores, a mesma coisa acontece. Continuam compondo o ganho do motorista o preço mínimo da viagem e, quando for o caso, o multiplicador de preço dinâmico. A mudança não altera os preços para o usuário.
Conforme a empresa, antes da alteração, o condutor recebia uma taxa fixa de 75% sobre o valor estimado da corrida. Os outros 25% ficavam com a Uber. Em nota, a empresa ressalta que “a taxa de serviço paga pelos motoristas parceiros à Uber passa a ser variável, calculada a cada viagem, mas independente desta variação maior ou menor, o ganho líquido do motorista parceiro não será alterado”.
Reinaldo Ramos, presidente da Associação de Motoristas Privados e de Tecnologias (Ampritec), critica a mudança. “Isso foi recebido, não só aqui, mas no Brasil todo, como um golpe da Uber, uma maneira dela aumentar a sua arrecadação, cobrando mais do passageiro e repassando menos para o motorista. A versão dada pela empresa não é verdadeira. O motorista sempre ganhou em relação a quilometragem e ao tempo, só que ela [uber] pegava 25% do valor. Agora, quando o passageiro faz uma corrida, além do km e tempo, está sendo somada uma taxa que fica integralmente para a Uber. Além dessa, há outra, que é operacional”.
Os motoristas vão se reunir hoje, às 15h, na sede da Ampritec, para definir se realizam algum tipo de protesto devido à mudança no cálculo.
