Libertados três dos quatro agentes feitos reféns em rebelião em Curitiba

Detentos se comprometeram a liberar o último agente penitenciário na manhã desta quinta, concluindo as negociações com especialistas do Bope

Após quase 70 horas de rebelião, os cerca de 180 presos da Casa de Custódia de Curitiba libertaram três dos quatro agentes penitenciários mantidos como reféns desde o fim da tarde de domingo.

Segundo o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), os agentes sofreram ferimentos leves e, tão logo foram libertados, foram encaminhados para um hospital próximo, onde, por precaução, receberam atendimento médico.

Ainda de acordo com o Depen, os detentos se comprometeram a liberar o último agente penitenciário na manhã desta quinta, concluindo as negociações com especialistas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

A rebelião começou por volta das 18h de domingo, quando os agentes penitenciários foram rendidos ao fazer a contagem dos presos da Galeria 1. A Seção de Operações Especiais do sistema prisional estadual conseguiu evitar um tumulto maior, mas não conseguiu impedir a tomada de cinco agentes reféns. No mesmo dia, só um deles acabou liberado, também com ferimentos leves.

Em um vídeo gravado pelos detentos e divulgado ontem pelas redes sociais, dois agentes feitos reféns aparecem algemados e cercados por custodiados armados com facões e objetos perfurantes. Um dos agentes pede que as autoridades apressem as negociações e reclama da iniciativa do governo estadual de cortar o fornecimento de luz, água e comida para os presos em meio às negociações. Com escoriações no rosto, o agente classifica a ação como “idiota” e pede que a situação seja levada a sério.

Mais cedo, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da seccional da OAB, Alexandre Salomão, disse à Agência Brasil que a ausência de lideranças entre os presos rebelados dificulta a conclusão das negociações. De acordo com o advogado, as autoridades estaduais já haviam se comprometido a atender às principais reivindicações do grupo amotinado, entre elas a garantia de que presos transferidos para outras unidades carcerárias estaduais, onde integrantes de organizações criminosas são a maioria, sejam alojados em alas seguras. A maioria dos presos rebelados garante não integrar facções.

Inaugurada em 2002, a Casa de Custódia é classificada pelo Depen como uma unidade de segurança máxima. Com capacidade para abrigar 500 detentos, ela aloja 600.