A operação Herófilo, deflagrada na manhã desta terça-feira pela Polícia Federal, busca esclarecer se 17 professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) cometeram estelionato. Os profissionais do ensino superior, que cumprem regime de Dedicação Exclusiva, podem ter exercido, em paralelo, atividade privada em clínicas e consultórios, prática que é vedada pela legislação.
Sessenta policiais cumpriram 14 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre e um em Novo Hamburgo a fim de arrecadar documentos que comprovem a prática irregular. As investigações prossegue, agora, com a análise da documentação apreendida e os depoimentos das testemunhas e dos professores. Os nomes dos investigados não foram revelados pela PF.
O inquérito policial, sem previsão de encerramento, começou em 2015. Em um dos casos analisados, um professor é suspeito de ter recebido, entre os anos de 2010 e 2016, cerca de R$ 1 milhão da Ufrgs, sendo que, desse valor, aproximadamente R$ 500 mil correspondem ao adicional por Dedicação Exclusiva.
Consultada pela reportagem, a universidade informou que, em nota, não vai se manifestar por enquanto: “No presente momento, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul não tem elementos para se posicionar, tendo em vista que o processo ainda está no âmbito da Polícia Federal”, resumiu a instituição.