Ato relembra vítimas de feminicídio no Rio Grande do Sul

Manifestação ocorreu nesta sexta-feira

O ato “Isso é Feminicídio”, realizado nesta sexta-feira no Viaduto Otávio Rocha, em Porto Alegre, homenageou 28 mulheres vítimas de feminicídios, cometidos em apenas três meses, no Rio Grande do Sul. Organizado pela rede Minha Porto Alegre, a manifestação também pressionou o governo do Estado a aderir ao Modelo de Protocolo Latino-Americano de investigação das mortes violentas de mulheres por razões de gênero, desenvolvido pela ONU Mulheres.

Desde abril, a organização espera uma resposta do governo para assinatura do termo. “Com a demora, nós perdemos um curso oferecido gratuitamente pela ONU para a capacitação na investigação desses crimes”, ressaltou uma das coordenadoras da Minha Porto Alegre, Carolina Soares. Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba e Pernambuco foram os Estados que já assinaram o termo.

Os 28 balões com os nomes das cidades das vítimas foram levados até a Secretaria da Segurança Pública, como forma de cobrar uma resposta ao titular da Pasta, Cesar Schirmer. Desde janeiro, em função de outra mobilização da Minha Porto Alegre, o termo feminicídio começou a ser adotado nos boletins de ocorrência de crimes no Estado.

A presidente da Emancipa Mulher, Luciana Genro, a vereadora Fernanda Melchionna e cientista social e militante do Juntos Negras e Negros, Carla Zanella Souza, estiveram presentes no ato. Carla alertou para a discriminação das mortes de mulheres negras, casos muitas vezes investigados e tipificados com a ligação com tráfico de drogas.