“TÁ DE TRINCÁ O OSSO DA CABEÇA”!

"Este jornal vai ser feito para toda a massa, não para determinados indivíduos de uma facção". Foto: Arquivo CP

Pois acostumada que sou a quebrar geada desde guria não me achico com qualquera arzito fresco! Mas tem gente que me parece sempre insatisfeita com a temperatura. Reclamam quando está calor, se afetam quando faz frio. São uns atempados mesmo!
Aqui na redação temos duas brilhantes jornalistas que têm predileção pelo ar condicionado bem gelado em dias de calor. São elas: a Jéssica Moraes e a Ananda Müller, que ao nascerem, em vez de chorar com a palmadinha do médico, já saíram lascando… em linguagem “bebezística”: “mas bah que tá caliente aqui!!!”. Já pensei em pedir ao Nando Gross para pautar as duas em matérias no Alasca ou na Sibéria. Enquanto que o colega Luís Lessa Tosca não abre mão da calentura ambulante de sua estufinha que funciona a todo trapo até num bafor de 58º! O que nos leva a crer que o nobre colega seja a própria reencarnação do  “abominável homem das neves”!
Nestes dias gélidos de trincá o osso da cabeça, o bom mesmo para aquecer o ambiente é um fogão à lenha e em riba dele um panelão do tamanho do Rio Grande borbulhando um puchero “sustancioso”, um mocotó daqueles de grudar o beiço, um pinhãozinho na chapa e o bom e gostoso milho assado na brasa. Coisas da minha infância lá na fronteira e que conservo e pratico lá “nas casa” em Itapuã.
Mas mesmo com esse tempito loco, os ciclistas andejam na madrugada pedalando contra o vento da orla do Guaíba, sem lenço nem documento… bota coragem nisso! E na madrugadita, quando me bandeio aqui para a Rádio Guaíba, cruzo por dois idosos que se perpetuaram no tempo e no espaço, e que em vez de sacudirem os ossos nos bailes da terceira idade, que é de tarde quando o solzito está a pleno, gastam a sola da bota em caminhadas pela volta do Gasômetro.
E a gente se veste parecendo uma réstia de cebola e, conforme vai esquentando, vamos descascando: casacos, jaquetas, blusões, camisetinhas, enfim… É tanto pano que mal dá pra se mover.
Na real, eu gosto do inverno. Acho que um aconchego à beira da lareira em boa companhia e molhando a palavra com um bom vinho tem o seu valor. Temos mais tempo para pôr a leitura em dia, uma prosa buena com a família, rodeada dos animaizinhos de estimação. Lá em casa não rola o jargão: tá frio de renguear cusco.
Aproveitando o mote, vamos apartar o que temos sobrando no guarda-roupas. A Capital está lotada de moradores de rua, necessitados de um abrigo, de roupas quentes. Vamos fazer uma limpa no que não nos serve mais e fazer doação nos lugares de arrecadação.
Aqueça seu coração… o frio é só um estado de espírito…