Inflação acumulada fecha em 1,33%, a menor desde o Plano Real

Apesar disso, em maio IPCA fechou com alta de 0,4%, influenciado principalmente pela energia elétrica

energia elétrica
Foto: Fernando C. Vieira / Grupo CEEE / Divulgação / CP

A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou o mês de maio com alta de 0,4%, praticamente dobrando em relação ao apurado na alta de abril: 0,22%. Apesar da alta, o resultado acumulado nos primeiros cinco meses do ano ficou em 1,33%, a menor inflação para o período desde a implantação do Plano Real.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e indicam que a inflação acumulada nos últimos doze meses subiu para 2,86%, contra 2,76% dos doze meses imediatamente anteriores. Em maio do ano passado a alta havia sido de 0,31%. O IPCA é a inflação oficial do país e serve de balizamento para o plano de metas fixado pelo Banco Central.

O IPCA de maio é o primeiro a incorporar em seu cálculo a nova metodologia de apropriação das variações dos itens mão de obra para pequenos reparos e empregado doméstico, além das três novas áreas: Rio Branco/AC, São Luís/MA e Aracaju/SE.

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas artigos de residência (-0,06%) apresentou deflação em maio. Os demais variaram entre o 0,06% de Educação e o 0,83% de Habitação.

O grupo Habitação apresentou a maior variação dentre os grupos de produtos e serviços pesquisados (0,83%) e deu a maior contribuição (0,13 p.p.) para o IPCA. O destaque foi a energia elétrica que, após a alta de 0,99% registrada em abril, subiu 3,53% em maio, correspondendo a 0,12 p.p. no índice do mês. Desde 1º de maio vigora a bandeira tarifária amarela, adicionando a cobrança de R$0,01 a cada kwh consumido. O índice foi influenciado também pela alta do gás encanado (0,91%) e a taxa de água e esgoto (0,27%).

Já o grupo alimentação e bebidas apresentou alta de 0,32% em maio com as áreas variando entre o -0,33% da região metropolitana de Fortaleza e o 0,81% de Campo Grande. Tanto os alimentos para consumo no domicílio (0,36%) quanto a alimentação fora (0,26%) apresentaram aceleração de preços em maio.

Na alimentação no domicílio, no lado das altas, os destaques ficam com a cebola (de 19,55% em abril para 32,36% em maio), a batata-inglesa (de -4,31% em abril para 17,51% em maio), as hortaliças (de 6,46% em abril para 4,15% em maio) e o leite longa vida (de 4,94% em abril para 2,65% em maio). No lado das quedas sobressaem o açúcar cristal (-3,32%), o café moído (-2,28%), as frutas (-2,08%) e as carnes (-0,38%).

Os maiores impactos individuais no índice de maio vieram do grupo dos Transportes (0,40%). De um lado, a gasolina com 3,34% de variação e 0,15 p.p. de impacto e, do outro, as passagens aéreas (-14,71% e -0,05 p.p.). Ainda nesta balança o óleo diesel apresentou alta de 6,16% e 0,01 p.p. de impacto, ante a alta de 1,84% de abril. Já o etanol que em abril registrou queda de 2,73% permaneceu na mesma trajetória com os preços, em média, 2,80% mais baratos e com -0,03 p.p. de impacto.

Nos demais grupos de produtos e serviços destaca-se, no Saúde e cuidados pessoais (0,57%), o plano de saúde (1,06%). Já nos Artigos de residência (-0,06%), o destaque foi o item TV, som e informática (-1,55%).