Fux arquiva inquérito que investigou caixa 2 na campanha de Onyx

Deputado divulgou vídeo afirmando não ter envolvimento em esquemas de corrupção. Em 2017, parlamentar admitiu ter usado R$ 100 mil de caixa 2 da JBS

Onyx Lorenzoni. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, arquivou um inquérito aberto contra o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) por prática de caixa 2 na campanha eleitoral de 2006. Onyx era acusado de receber R$ 175 mil ilegalmente da empreiteira baiana Odebrecht. Ao decidir pelo arquivamento, Fux atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

“As diligências realizadas não foram suficientes para elucidar a materialidade do suposto crime, uma vez que o colaborador Alexandrino Salles, não obstante afirmar a doação eleitoral não contabilizada ao Deputado Onyx Lorenzoni, na campanha de 2006, afirmou que não operacionalizou a entrega do valor”, argumentou a PGR. De acordo com o órgão, ele não soube detalhar a “forma, o local e data da suposta doação”.

O executivo Alexandrino Salles é um dos delatores da Odebrecht. Na planilha ‘Drousys’ – programa de controle dos desembolsos ilícitos do grupo – Onyx é identificado pela alcunha ‘Inimigo’. O parlamentar gaúcho foi relator, na Câmara dos Deputados do mais importante projeto da história do Ministério Público Federal, o Dez Medidas de Combate à Corrupção, projeto que nasceu da Operação Lava Jato.

Após a decisão do STF, Onyx divulgou vídeo nas redes sociais assegurando que vai buscar derrubar as benesses recebidas pelo “vagabundo” Alexandrino Salles em uma delação infundada. “Eu quero deixar claro pra gente que escreveu bobagem em rede social, gente que me julgou sem me conhecer, que nunca estive envolvido em corrupção”, disse.

Onyx admitiu Caixa 2

Em maio de 2017, Onyx admitiu ter recebido R$ 100 mil de caixa 2, mas da JBS. Em entrevista à Rádio Guaíba, o democrata confessou ter recebido o dinheiro ilegal após ter aparecido na delação premiada dos diretores da J&F, controladora do grupo JBS. Onyx justificou ter recebido o valor porque tinha dificuldade para pagar as contas de campanha, em 2014.

“No final de 2014, eu cometi o erro de aceitar receber esse recurso que foi usado naquela fase final, onde todo candidato passa por momento de grande dificuldade. Estou assumindo a minha responsabilidade. Quando você vai para um final de campanha tem aquela angústia de não ter os recursos necessários, fica em uma situação em que tem fornecedores e uma série de coisas para honrar. Os candidatos naquela eleição podiam receber dinheiro de pessoas jurídicas. Era comum no Brasil procurar empresas e pedir ajuda”, admitiu.