Banco Central vai injetar US$ 20 bilhões no mercado para conter alta do dólar

Presidente, Ilan Golfajn, descartou usar a taxa básica de juros para segurar a cotação da moeda norte-americana

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, anunciou hoje maior intervenção no mercado cambial para conter o dólar, que fechou o pregão em alta de 2,3%, cotado a R$ 3,926, o maior valor desde 1º de março de 2016. Até o fim da semana que vem, serão realizados leilões adicionais de contrato de swap cambial, equivalente à venda de dólares no mercado futuro, no valor total de US$ 20 bilhões.

Goldfajn atribuiu a desvalorização do real ao cenário externo “mais difícil”, em que a elevação da taxa de juros dos Estados Unidos reverte o fluxo de capital para os países avançados, escasseando a moeda americana nas economias emergentes, como o Brasil. Ele garantiu que a atuação do BC vai ser coordenada com o Tesouro Nacional para prover liquidez ao mercado.

O presidente do BC não descartou adotar outras medidas de intervenção no câmbio, como o uso das reservas internacionais de US$ 380 bilhões do país para injetar dólar no mercado.

Goldfajn defendeu o regime de câmbio flutuante e ressaltou que a política monetária está separada da política cambial. De acordo com ele, o BC não vai usar a taxa básica de juros da economia para interferir no câmbio, mas apenas para controlar a inflação.

Dólar turismo

O dólar turismo, usado para quem vai fazer uma viagem internacional, era sendo vendido, na versão papel-moeda, a R$ 4,10 nas casas de câmbio consultadas pela Agência Brasil em São Paulo, após o fim do pregão de hoje, já incluindo as taxas de compra. Na versão cartão pré-pago, incluindo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a moeda norte-americana era cotada a R$ 4,30.