Projeto de reajuste do IPTU de Porto Alegre deve sair do regime de urgência

Vereadores da comissão especial querem garantir maior transparência ao texto

Vereadores integrantes da Comissão Especial do IPTU de Porto Alegre preveem a necessidade de retirar o regime de urgência do projeto de lei que trata do reajuste da planta de valores dos imóveis da cidade. O objetivo é garantir maior transparência ao texto, que altera os valores do imposto, já que ainda não foram publicizadas pela Prefeitura as alterações previstas para cada bairro da Capital.

Detalhes sobre a revisão da planta já foram apresentados pelo secretário municipal da Fazenda, Leonardo Busatto, e pelo superintendente da Receita Municipal, Teddy Biassusi. Um dos principais pontos mostrados na apresentação se refere ao valor venal dos imóveis, que hoje equivalem, em média, a apenas 31% do valor real.

Com a revisão, esse valor médio deve passar a cerca de 68%, o que não necessariamente vai representar um valor de IPTU mais caro. Isso porque a alíquota cobrada varia de 0,40% até 0,85% entre sete faixas diferentes – divididas desde imóveis a partir de R$ 60 mil até aqueles avaliados em mais de R$ 3 milhões.Há, ainda, uma oitava faixa, dos

Imóveis de até R$ 60 mil vão ficar isentos do pagamento do imposto. No caso de quem precisar pagar mais, os aumentos podem não ser feitos todos de uma só vez. Isso porque o projeto prevê um teto de 30% a mais no pagamento de IPTU nos quatro primeiros anos.

Até 2022, há também uma redução de 25% do imposto para quem é proprietário de imóveis no Centro Histórico, com o objetivo de se ter uma valorização dessa região da cidade. Os detalhes foram apresentados pelo secretário e pelo superintende através de uma tabela considerando valores de imóvel e IPTU e simulando os novos valores de acordo com o projeto de lei.

O vereador Mauro Zacher (PDT) foi um dos principais críticos da apresentação. De acordo com ele, a sociedade ainda carece de uma transparência maior por parte da Prefeitura. Para o parlamentar, que chegou a dizer que aprovar o projeto é “assinar um cheque em branco”, o Executivo deve publicizar para os proprietários qual os valores venais dos imóveis.

André Carús (MDB), não foi crítico como o colega, mas disse que retirar o texto do regime de urgência garante um processo mais transparente. Já Busatto defendeu que a discussão sobre a revisão da planta é importante para garantir justiça tributária, que deve ser analisada no todo e não de forma individualizada, com cada cidadão pensando apenas na alteração do valor que vai pagar.