A busca por combustível em Porto Alegre se tornou uma verdadeira saga aos postos. Ainda como reflexo da greve dos caminhoneiros, o abastecimento é irregular. Além disso, há vários postos que seguem fechados há mais de dez dias. A equipe do Correio do Povo percorreu 12 estabelecimentos distribuídos nos bairros Centro, Menino Deus, Azenha, Jardim Botânico, Petrópolis e no entorno do Aeroporto Salgado Filho. A situação variava entre os postos, fazendo com quem buscasse o combustível precisasse de paciência para procurar o melhor local. Além disso, muitos estavam com preços antigos ou já com o reajuste, tornando praticamente impossível seguir um mapeamento.
As diferenças de preços, segundo os gerentes, ocorre porque dependente do momento da compra. Os estoques que foram comprados sem o reajuste ou descontos, permanecem com preço antigo, por exemplo. Assim, foi possível encontrar gasolina comum desde R$ 4,699 até R$ 4,899. Separados por uma distância de uma quadra, dois postos de combustíveis localizados na avenida Borges de Medeiros viviam situações praticamente opostas. Enquanto que um tinha gasolina comum, com preço reajustado de R$ 4,899, o que garantia o atendimento aos clientes. No outro, porém, a situação era de expectativa de recomposição dos estoques ao longo dia. Enquanto isso cabia aos três frentistas Michelle Mangutti, Ederaldo Queiroz e Gelson Bianchin apenas comunicar a situação àqueles que tentavam em vão abastecer.
Foto: Alina Souza
Já no Menino Deus, um dos postos da rua José de Alencar só havia gasolina aditivada e o estoque estava limitado, com menos de 3 mil litros no tanque. O preço era de R$ 4.999. Porém, deveria sofrer alteração com a chegada da nova carga. Pouco mais à frente, na mesma via, na esquina com a rua Getúlio Vargas, outro posto está fechado há praticamente 12 dias, desde quando houve o ápice da falta de combustível. No painel os preços ainda aparecem, mas basta se aproximar um pouco para verificar os cartazes em papel afixados junto a bomba. Além disso, foi possível ver postos totalmente fechados na mesma região.
Na avenida Princesa Isabel, a movimentação era intensa num estabelecimento, mas não por causa da gasolina ou diesel, mas sim pelo Gás Natural (GNV), que tinha preço de R$ 2,899. Ao longo da avenida Ipiranga também havia alteração das condições entre os postos. Os preços variavam, assim como a disponibilidade dos produtos. Num deles, o valor do litro da gasolina comum era de R$ 4.779. Porém, o estoque tinha apenas 3 mil litros. O estabelecimento havia ficado fechado desde o início da greve e só retornou a funcionar na manhã desta segunda-feira, quando houve o abastecimento.
Num dos postos que tinha todos os tipos de combustíveis, junto à PUCRS, apresentavam preços diferenciados. A gasolina comum custava R$ 4,797; e a aditivada, R$ 4,997. A poucos metros de distância, cones e acesso às bombas de gasolina fechadas, pela ausência de combustíveis. “Talvez tenhamos novo abastecimento na quarta-feira. O nosso estoque terminou na sexta-feira passada e até agora estamos fechados”, comentou um frentista, que optou por não se identificar. Em um posto na avenida Carlos Gomes, o abastecimento ocorria normal, mas com o estoque de 500 litros esvaziando rapidamente.
Foto: Alina Souza
Refap
Enquanto os postos esperavam a chegada de caminhões para formar estoque ou mesmo operar, na distribuidora de combustíveis da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, o estacionamento estava praticamente lotado de caminhões tanques. No espaço, dezenas de veículos, lado a lado, estavam parados ou no processos de abastecimento. Em poucos minutos, a chegada e saída de caminhões no local era constante. Bem diferente do que no período da greve dos caminhoneiros, eles circulavam sem a necessidade de escolta.