Em Porto Alegre, Alckmin defende revisão mensal de preços na Petrobras

Pré-candidato ao Planalto criticou radicalização na greve dos caminhoneiros e disse que, mesmo se tiver apoio do MDB, não vai manter políticas da gestão de Temer

Geraldo Alckimim. Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

Passados dez dias da paralisação dos caminhoneiros, o pré-candidato ao Palácio do Planalto e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu, em Porto Alegre, uma revisão mensal na política de preços da Petrobras para manter equilibrada a compra e venda de combustível no Brasil.

Em entrevista à Rádio Guaíba, Alckmin recomendou equilíbrio entre o congelamento de preços defendido pelo PT e os reajustes diários concedidos pelo governo Temer. “Eu defendo um colchão tributário, ou seja, quando dispara o dólar ou o barril do petróleo, você reduz imposto. Então, você segura um pouco o impacto que isso tem na vida das pessoas”, ressalta.

Para Alckmin, a greve dos caminhoneiros passou dos limites. O tucano reforçou que a “democracia não é uma bagunça” e criticou trabalhadores que continuaram bloqueando rodovias, mesmo com proibição da Justiça. Além disso, o pré-candidato sustenta ter ocorrido uma exploração política da paralisação.

“Acabou radicalizando (o movimento) porque, depois que as reivindicações foram atendidas, não havia mais razão para a paralisação. Esses radicais do ódio, seja de direita ou esquerda, trazem o caos e o que leva à mudança é o convencimento”, frisou.

Sobre os manifestantes que defenderam intervenção militar, Alckmin disparou. “Isso não tem o menor sentido. Aliás, o comandante do Exército brasileiro já disse que isso é coisa de ‘maluco'”.

Em relação à corrida eleitoral, o pré-candidato ao Planalto revelou que o PSDB já costurou uma aliança com cinco partidos, porém não revelou quais. Ele também deixou claro que, caso haja apoio do MDB, as políticas adotadas pela gestão Temer não serão defendidas em campanha. “O que vai estar em disputa não é legado. Quem faz legado é a história. O que a população quer saber é do futuro e de como o Brasil sairá desta dificuldade”, salientou.

Sobre o senador mineiro Aécio Neves, Alckmin projetou que não dispute a corrida eleitoral após ter sido implicado em esquemas de corrupção. Segundo o tucano, as eleições vão ganhar dimensões maiores depois de julho. O ex-governador também rechaçou haver qualquer ligação do PSDB com Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, apontado como operador do partido. Ontem, o ex-diretor da Dersa foi solto, pela segunda vez, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

Por fim, Alckmin comentou as trocas de farpas que proferiu, nas redes sociais, com o também pré-candidato ao Planalto, deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ). “Tem pessoa que não gosta de ouvir crítica. O ódio e o radicalismo não é o caminho. É o descaminho”, finalizou.