O presidente do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro-RS), Fernando Maia da Costa, disse hoje em entrevista à Rádio Guaíba, que o sindicato não foi notificado pelo Judiciário sobre a ilegalidade da greve e que o movimento segue previsto conforme estabelecido pela lei da greve. Na tarde desta terça-feira, a ministra Maria de Assis Calsing, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), decidiu impedir o início do movimento dos petroleiros em refinarias da Petrobras.
A liminar foi concedida a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU). Para a Advocacia, a greve dos trabalhadores, em meio ao quadro de desabastecimento provocado pela paralisação de caminhoneiros, vai trazer prejuízos gravíssimos à sociedade, tendo em vista o potencial para prejudicar o abastecimento do mercado interno de gás natural, petróleo e derivados.
Costa ressalta que a paralisação de 72 horas estava prevista há três semanas, após decisão em assembleia. O motivo da greve, segundo ele, é a política de preços implementada pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente, e o presidente da República, Michel Temer.
“O principal motivo é o processo de privatização que Pedro Parente e Michel Temer estão promovendo. Isso é uma política irresponsável que joga para cima da população o custo de pagamento de lucros para investidores de Nova York. A política implementada é específica para tirar a Petrobras do mercado interno e fazer um processo de privatização aos pedaços”, explica.
Sobre a greve coincidir com a dos caminhoneiros, o presidente do Sindipetro esclarece que as distribuidoras e refinarias possuem combustível para abastecimento. “Nossa intenção com essa paralisação é alertar o governo em relação à política de preços. Em relação à greve dos caminhoneiros, as distribuidoras estão com seus tanques abarrotados de combustível e as refinarias também. Essa greve dificilmente traria qualquer impacto para a comunidade”.