O governo vai preservar a política de preços adotada pela Petrobras, reafirmou hoje, em nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República. O texto sustenta ainda que é compromisso do governo do presidente Michel Temer preservar a saúde financeira da estatal, recuperada de uma “grave crise”.
“As medidas anunciadas pelo governo para garantir a previsibilidade do preço do óleo diesel, que teve seu valor reduzido ao consumidor, preservaram, como continuaremos a preservar, a política de preços da Petrobras”, registra o texto. Como medida para atender a reivindicação da pauta dos caminhoneiros, o governo anunciou a decisão de reduzir em R$ 0,46, por litro, o preço do diesel na bomba e manter esse valor por 60 dias.
Na nota, o Planalto salienta ainda que a estatal “foi recuperada de grave crise nos últimos dois anos pela gestão Pedro Parente [presidente da Petrobras]”. Em vigor desde o ano passado, a atual política de preços da Petrobras prevê reajustes dos combustíveis com maior frequência refletindo as variações do petróleo no mercado internacional e também a oscilação do dólar.
Oposição quer CPI
Mais cedo, a oposição protocolou no Senado, com 29 assinaturas, duas a mais que o mínimo necessário, o pedido de instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a política de formação de preços da Petrobras. O anúncio foi feito pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
Segundo a senadora, a ideia é de que a comissão tenha funcionamento restrito, com vigência de 30 dias e não realize audiências públicas, como é de praxe. O objetivo é estudar a política de preços dos combustíveis e do gás de cozinha, além de analisar a política de desinvestimento da estatal. Para Vanessa, o governo não está resolvendo o problema do preço da gasolina nem do gás de cozinha, que seguem subindo “vertiginosamente”.
“A única forma de acessarmos as reais informações, os dados verdadeiros e detalhados sobre a Petrobras é com o trabalho de uma comissão parlamentar de inquérito”, defendeu Vanessa.
Segundo a senadora, a medida foi motivada pelas sucessivas negativas da estatal a requerimentos de informações solicitadas por senadores. O argumento da Petrobras é que informações detalhadas sobre a política de preço da empresa são sigilosas, de acordo com Vanessa Grazziotin.
O pedido conta com o apoio de senadores da base do governo como Marta Suplicy (MDB-SP) e Eduardo Braga (MDB-AM).
Resistência
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), sinalizou que não vai se empenhar na criação dessa CPI. Segundo ele, o melhor caminho é abrir a planilha da Petrobras, por meio da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
