A edição 2018 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) recebeu mais de 6,7 milhões de inscrições e teve 5,5 milhões de participantes confirmados (81,3%) para as provas de 4 e 11 de novembro.
O número é mais próximo ao de participantes que efetivamente comparecem às provas do ano passado, de 4,7 milhões. Para o Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o quadro mostra que tiveram êxito as mudanças promovidas pelo governo a fim de estimular a inscrição consciente e evitar o desperdício de verba pública. Nos últimos cinco anos, a média de abstenção no Enem chegou a 29%, gerando um prejuízo de R$ 962 milhões.
Essa é a primeira edição do Enem em que a solicitação de isenção de taxa foi anterior à inscrição, e em que os participantes isentos que faltaram tiveram que justificar a ausência para obter novamente a gratuidade. “Há prejuízo para o erário público mesmo quando o inscrito pagante não comparece às provas. A taxa de inscrição é de R$ 82, mas o custo do exame é de R$ 90”, comentou.
“Com esse valor altíssimo de prejuízo ao erário (R$ 962 milhões), poderíamos ter 450 creches”, afirmou o ministro da Educação, Rossieli Soares, em coletiva de imprensa nesta terça-feira. “Não podemos ter pessoas se inscrevendo para não participar das provas, muitas vezes sem justificativa. Temos de combater o desperdício do dinheiro público.”
Dos cerca de 2 milhões de ausentes no Enem 2017, quase 1,7 milhão eram isentos da inscrição. Em 2018, 3,5 milhões de candidatos, 63,8% do total de inscritos, foram beneficiados com a isenção da taxa por se enquadrarem em um dos quatro critérios que garantem a gratuidade.
Perfil
O Enem 2018 vai ter mais mulheres: 59,1% dos inscritos confirmados são do sexo feminino e 40,9%, do masculino. Os participantes com 18 anos perfazem 17% do total; os de 19 anos, 15,9%; e os de 20 anos, 10,5%. Aqueles com idade entre 21 e 30 anos são 33,8% do total.
Em relação à situação escolar, 58,6% já concluíram o ensino médio; 29,7% são concluintes em 2018 e 10,6% concluirão após 2018, compondo o grupo dos participantes que fazem o exame com objetivo de autoavaliação, os chamados “treineiros”.
Sudeste e Nordeste concentraram a maioria das inscrições, 37% e 33%, respectivamente. Norte e Sul somaram 11%, cada, e o Centro-Oeste 8%. São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco são os estados com maior número de inscritos no exame.
Desde 2017 o Enem não certifica o ensino médio, função que retornou ao Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), o que também explica a queda no número de participantes.
Já as solicitações de atendimento por nome social, para participantes transexuais e travestis que quiserem ser identificados no exame em consonância com a identidade de gênero, ainda podem ser feitas, até 3 de junho.