Mesmo com a decisão do governo federal de reduzir o preço do óleo diesel em R$ 0,46 por litro nas bombas por 60 dias, caminhoneiros, motoristas de tele-entulhos e guincheiros mantiveram a mobilização da última semana. Nesta segunda-feira, um grupo se reuniu na avenida Assis Brasil, em Porto Alegre, no sentido bairro-centro, e deu continuidade aos protestos a favor da redução do preço dos combustíveis.
Cerca de 30 veículos foram estacionados nos dois sentidos da avenida, a partir das 18h. Na chegada à Capital pela FreeWay, a mobilização chegou a causar congestionamento próximo à Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). No sentido bairro-centro, os manifestantes bloquearam duas das quatro pistas, liberando as outras duas para a passagem de veículos.
Conforme os organizadores, a medida foi acertada com a Brigada Militar para evitar maiores problemas no trânsito. A presidente da Associação de Transportadores de Caçambas Estacionárias de POA (ATCE), Guacira Ramos da Silva, explica que o grupo quer ver colocadas em práticas os compromissos assumidos pelo governo federal, que preveem, entre outras coisas, diesel mais barato na bomba.
Em meio a buzinaços de apoio à causa, Guacira disse que a ideia do grupo é manter as manifestações até conseguir garantir outras conquistas. “Os motoristas de tele-entulhos estão mobilizados. Só vamos encerrar nossos atos quando o preço do combustível baixar efetivamente nas bombas dos postos. Além da redução de impostos, queremos combustíveis mais baratos, incluindo a gasolina”, ressaltou.
Como a maioria dos atos pela redução do preço de combustível, a mobilização da noite desta segunda-feira – marcada via redes sociais – mostrou a adesão de uma parte da população à causa dos caminhoneiros. Bem-humorados e sem causar maiores problemas no trânsito, os manifestantes começaram a deixar o local por volta das 21h30min.
Porto Alegre teve cavalgada em apoio aos caminhoneiros
Cavaleiros de Viamão e demais municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre realizaram, também hoje, uma cavalgada em apoio ao movimento dos caminhoneiros. Uma parte do grupo, composta por cerca de 150 cavaleiros, iniciou o trajeto ainda em Viamão, seguindo pela avenida Bento Gonçalves, Ipiranga, João Pessoa e Parque Farroupilha (Redenção).
Na Redenção, eles encontraram um outro grupo, somando cerca de 300 pessoas. Conforme o médico veterinário e presidente do Núcleo Viamão de Criadores de Cavalos Crioulos, Henrique dos Reis Noronha, que liderou a iniciativa, o principal objetivo da manifestação foi “chamar atenção do governo do Estado sobre sua responsabilidade na solução dos problemas”.
Após o encontro na Redenção, seguiram pela João Pessoa, Salgado Filho, Borges de Medeiros e Jerônimo Coelho, até chegar à Praça da Matriz. O destino final do grupo, que cavalgava com bandeiras do Brasil e do Rio Grande do Sul, era o Palácio Piratini, onde foi entregue uma carta direcionada ao governador José Ivo Sartori.
Após mais de 20 quilômetros de cavalgada, o grupo foi recebido pelo chefe de gabinete do governador, Idenir Cecchim. Segundo Noronha, o objetivo foi cumprido. Entre os temas abordados na carta, está a redução da carga tributária, o fim dos privilégios a certas categorias e o combate à corrupção.
