Porto Alegre está sem gasolina nas bombas dos 280 postos de revenda. A situação ocorre desde o fim da tarde, conforme o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua. No Rio Grande do Sul, a estimativa é que a falta atinja cerca de 60% dos 2,8 mil estabelecimentos do setor.
O sindicato previa ver a gasolina se escassear a partir de sexta, mas a falta começou ainda nessa quarta. “Desde segunda-feira houve forte antecipação do consumo devido o temor da falta, que acabou acontecendo antes do previsto pelo fato de milhares de pessoas acorrerem aos postos”, registrou o dirigente.
Combustível à segurança
Negociação entre distribuidoras e a secretaria da Segurança Pública acertou, nesta quinta-feira, o abastecimento de veículos para garantir o policiamento. Houve a escolta de alguns caminhões desde a base de Canoas até postos definidos em Porto Alegre, com a participação do Sulpetro, para receber o combustível reservado exclusivamente aos órgãos da segurança.
Dal’Aqua prefere não fazer projeções, mas o cenário relacionado à gasolina se encaminha para o desabastecimento total, no Rio Grande do Sul, nos próximos dias, caso perdure a greve nacional dos transportadores de carga.
Surpresa
“Governo e todos foram pegos de surpresa com a rápida intensidade da greve. E boa parte dos empresários revendedores de combustível não tinha capital para encher 100% os reservatórios dos seus postos. Então o consumo explodiu e os tanques não estavam cheios”, disse Dal’Aqua ao explicar o rápido desabastecimento. “Pagamos as distribuidoras à vista”, acrescentou.
Se por acaso ocorrer acordo entre governo e caminhoneiros que ponha fim à greve geral, o abastecimento pode levar uma semana para que se normalize totalmente no Rio Grande do Sul. Mas em dois dias, estima ele, já é possível regularizar o consumo, por exemplo, em Porto Alegre “se as companhias distribuidoras trabalharem em tempo integral”.
Na Capital, conforme dados de abril do Detran-RS, a frota é de cerca de 854 mil veículos e, no Rio Grande do Sul, de 6,63 milhões.
