Dos 2,8 mil postos de combustíveis do Rio Grande do Sul, pelo menos 80% já esgotaram os estoques em função da greve dos caminhoneiros, que entrou no quarto dia. Desde segunda-feira, trabalhadores de Norte a Sul do Brasil suspenderam os fretes em protesto pelo custo do diesel.
Conforme o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, a falta de gasolina já é registrada em todos os postos gaúchos.
“A estimativa é de que 80% dos postos estejam com graves problemas. Algumas unidades ainda podem ter um pouco de etanol ou diesel, agora, a gasolina é problema em todos os postos. Não recebemos estoques desde segunda, houve aumento do consumo e amanhã a situação será seríssima. Em Porto Alegre, a maioria dos postos já não têm mais nada”, reiterou.
Para Dal’Aqua, a paralisação da categoria está levando o País à beira de um caos. Apenas um desfecho positivo entre as partes, nesta quinta-feira, pode trazer um novo fôlego.
O presidente do Sulpetro revela, ainda, que caminhões, escoltados, estão tendo acesso às cargas represadas para repassar o combustível a viaturas policiais, dos bombeiros e ambulâncias, por exemplo.
O fornecimento de combustível depende da liberação da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). Na unidade, situada em Canoas, as distribuidoras adquirem gasolina e diesel. Depois, insumos como álcool anidro e biodiesel são misturados, respectivamente.
Em função do cenário, João Carlos Dal’Aqua adverte que os insumos necessários também estão retidos em função da greve. Mesmo se houver algum desfecho positivo, o Sulpetro estima que as reservas só sejam normalizadas em uma semana.