Preço da gasolina comum chega a R$ 4,69 na Capital

Na semana passada, consumidor conseguia abastecer a preços entre R$ 4,39 e R$ 4,64

Foto: Pedro Revillion / CP Memória

Um levantamento feito pela Rádio Guaíba em 27 postos de combustíveis da Capital mostra que o preço da gasolina comum já chega a R$ 4,69. Já o valor mais baixo encontrado é de R$ 4,42. Conforme a última pesquisa do Procon, de sexta-feira passada, era possível encontrar o litro do combustível a valores entre R$ 4,39 e R$ 4,64.

Na semana anterior, o consumidor conseguia abastecer a preços entre R$ 4,29 e R$ 4,53. Já em início de maio, o litro era encontrado com valores entre R$ 4,19 e R$ 4,49.

O Sindicato que representa os postos de combustíveis do Rio Grande do Sul (Sulpetro) informou, por meio de nota, “descontentamento com a atual política de preços da Petrobras, desde que passou a fazer reajustes diários nos custos dos combustíveis”. O Sulpetro também menciona que “a partir dessa nova política de preços da Petrobras, o varejo vem espremendo, cada vez mais, suas margens e enfrentando a repulsa da população que culpa, de forma errada, quem está na ponta de toda a cadeia de combustíveis: os postos”.

Ainda conforme a nota, o Sulpetro salienta que o momento é difícil para os postos de combustíveis, que “estão quebrando ou assumindo dívidas para tentar sobreviver e evitar demissões”. De acordo com o sindicato, no Rio Grande do Sul, 2,8 mil estabelecimentos do setor respondem por 22% da receita de ICMS aos cofres gaúchos.

Confira a nota na íntegra:

Nota à imprensa

O Sulpetro ─ Sindicato que representa os postos de combustíveis do Rio Grande do Sul ─ vem a público manifestar o seu total descontentamento com a atual política de preços da Petrobras, desde que passou a fazer reajustes diários nos custos dos combustíveis. A sistemática, adotada em julho de 2017, está penalizando nocivamente os empresários varejistas de combustíveis e, por consequência, o consumidor.

Em um mercado extremamente complexo e com tantas distorções — com impostos que representam quase 50% do preço da gasolina, a uniformização das alíquotas de ICMS é uma das principais alternativas para reverter este quadro. Enquanto o imposto no Rio Grande do Sul é de 30%, o estado vizinho de Santa Catarina recolhe 25% sobre o litro do combustível, o mesmo que em São Paulo. Bem diferente do cenário do Rio de Janeiro, onde a alíquota é de 34%, a maior do País.

No início de 2016, as margens de lucro da gasolina para os segmentos da revenda e distribuição de combustíveis, além do frete, alcançavam 17,8%. Em abril deste ano, a margem caiu para 14,8%, conforme dados da Plural ─ Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência. E é com esta reduzida margem que os postos têm que pagar funcionários, custos com encargos sociais, aluguéis, energia elétrica, taxas para operadoras de cartões de crédito, entre tantos outros itens que demandam um estabelecimento comercial.

Enquanto a gasolina acumula alta de 42,25% entre 1° de julho de 2017 e 15 de maio de 2018, a partir dessa nova política de preços da Petrobras, o varejo vem espremendo, cada vez mais, suas margens e enfrentando a repulsa da população que culpa, de forma errada, quem está na ponta de toda a cadeia de combustíveis: os postos.

Os caminhoneiros também não suportam mais constantes elevações no preço do diesel. Na semana passada, foram cinco reajustes diários seguidos. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel nas bombas já acumula alta de 8% no ano. O valor está acima da inflação acumulada no ano, de 0,92%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O momento está muito difícil para o varejo de combustíveis, onde postos estão quebrando ou assumindo dívidas para tentar sobreviver e evitar demissões. No Rio Grande do Sul, são 2.800 estabelecimentos, que respondem por 22% da receita de ICMS aos cofres gaúchos. Mas o Sulpetro sempre apoiará as iniciativas que valorizarem a lisura de nossa atividade e, acima de tudo, defendam o respeito ao consumidor.