Banco Central volta a intervir no mercado após sexta alta do dólar

Ao todo, serão leiloados 15 mil contratos de swap cambial na próxima segunda-feira

Após o dólar fechar em alta pelo sexto pregão consecutivo hoje, o Banco Central anunciou uma oferta adicional de swap cambial, que equivale à venda de dólares no mercado futuro, a partir da semana que vem. Ao todo, serão leiloados 15 mil contratos na próxima segunda-feira, entre 9h30min e 9h40min, informou a autoridade monetária, em nota.

A data de início dos contratos é a do primeiro dia útil após a realização do leilão, informou o BC, que ainda ressaltou que “os montantes das ofertas adicionais de swap poderão ser revistos” e que o órgão “se reserva o direito de realizar atuações discricionárias, caso seja necessário”.

Além do leilão adicional de swap, o Banco Central vai dar continuidade à rolagem integral dos contratos que vencem em 1º de junho. A medida já vinha sendo adotada ao longo dessa semana, em que o dólar acumulou alta de 3,85% frente ao real.

A nota do BC ressalta que a atuação no mercado cambial é separada da política monetária, numa clara referência à decisão dessa semana do Conselho de Política Monetária de manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 6,5%. A medida foi interpretada como uma tentativa de evitar efeitos da inflação em decorrência da valorização do dólar, que pode encarecer produtos e serviços importados em moeda estrangeira.

“O Banco Central reitera que eventuais impactos de choques externos sobre a política monetária são delimitados por seus efeitos secundários sobre a inflação (ou seja, pela propagação a preços da economia não diretamente afetados pelo choque)”. De acordo com o BC, os efeitos da alta do dólar “tendem a ser mitigados pelo grau de ociosidade da economia e pelas expectativas e projeções de inflação ancoradas nas metas. Não há, portanto, relação mecânica entre o cenário externo e a política monetária”, finaliza a nota.