O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes mandou soltar hoje o empresário Milton Lyra, investigado na Operação Rizoma, da Polícia Federal (PF), deflagrada no mês passado, no Rio. Lyra é investigado pela suposta participação em desvios nos fundos de pensão Postalis, dos Correios, e Serpros, do Serpro.
A prisão havia sido determinada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal no Rio de Janeiro. Segundo as investigações, valores oriundos dos fundos de pensão eram enviados para empresas no exterior, gerenciadas por um operador financeiro. As remessas, apesar de aparentemente regulares, referiam-se a operações comerciais e de prestação de serviços inexistentes.
Ainda segundo a PF, depois de receber os recursos desviados, o operador financeiro pulverizava o dinheiro em contas de doleiros também no exterior, e eles disponibilizavam os valores em espécie no Brasil para suposto pagamento de propina.
Após a prisão, a defesa do empresário declarou que todas as atividades de Lyra tiveram origem lícita. “A defesa assevera ainda que as atividades profissionais do empresário são lícitas, o que já foi comprovado em diversas oportunidades, e que seu cliente está e sempre esteve à disposição para colaborar com a Justiça e com a investigação”.
Em nova manifestação, divulgada nesta terça, o advogado Pierpaolo Bottini, representante de Lyra, declarou que a decisão do ministro Gilmar Mendes foi “acertada e reconheceu que a prisão preventiva foi decretada sem os requisitos autorizadores para a medida cautelar”.