Esfera Pública: foco nas redes sociais vai balizar campanha de Manuela D’Ávila

Pré-candidata se disse "nativa" do meio virtual

Foto: divulgação/equipe Manuela D'Ávila

A pré-candidata à presidência pelo PCdoB, Manuela D’Ávia, participou hoje do programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, e confirmou que vai centrar foco nas redes sociais durante a campanha de 2018. Afirmando que usa o espaço virtual “desde o tempo do Orkut e do MSN”, Manuela se considera uma “nativa” da web, que valoriza o diálogo com os eleitores através desse mecanismo. “As redes não eram pensadas (antes) como um elemento determinante para a transparência da administração pública”, ponderou a pré-candidata.

Para alcançar o público-alvo, a comunista se valeu de um time composto basicamente por jovens: “as equipes de campanha subestimam as capacidades da juventude. Eu sou a mais velha do meu gabinete, essa geração mais nova é ainda melhor porque é completamente nativa nas redes sociais. Também tem a ver com valorizar a capacidade da juventude”, disse ela. Manuela ainda disse que existe na campanha um apreço pelo conteúdo, “burlando” a regra dos vídeos curtos e compartilhando arquivos mais longos, “mas ainda assim atrativos”, segundo ela.

A pré-candidata também falou sobre as críticas que recebe por ser jovem e por ser mãe. “Quando eu escuto os comentários das pessoas em relação a mim, às caracterizações da minha campanha em relação aos outros candidatos, é muito machismo. É minha sétima eleição. Vocês acham que eu fui eleita pelo meu olho azul? Não. Surpresa, eu não tenho olho azul”, disse ela. Ainda sobre a filha, que a acompanha em muitas viagens pelo país, afirmou que os questionamentos vem de homens, que estão acostumados a delegar o cuidado dos filhos a outras pessoas. “Eles dizem que eu uso minha filha. Quem usa são eles, que nunca levam nem buscam os próprios filhos na escola.”

Sobre uma eventual união das esquerdas no Brasil, Manuela afirmou: “na vida real a gente vai vendo que existem obstáculos para essa unidade se materializar”. Ainda assim, defendeu que “é preciso avançar, garantir um diálogo civilizado entre nós.” Defendeu, ainda, mudanças para o país que façam o Brasil crescer e, ao mesmo tempo, garantam os direitos individuais. “A prioridade da candidatura é diminuir a desigualdade no país, mesmo nos momentos em que o povo viveu com mais dignidade, não houve redução da desigualdade.”

Por fim, Manuela descartou completamente uma aliança com o candidato do PDT, Ciro Gomes: “eu sou muito amiga do Ciro, admiro muito ele, muito comprometido, mas nós seremos oponentes nesse pleito.”