Vereador acusado por delator desmente interesse na morte de Marielle

Segundo reportagem do jornal O Globo, Siciliano queria matar colega

caso marielle
Foto: Arquivo/Guilherme Cunha/Alerj

O vereador Marcello Siciliano (PHS) negou, na noite desta terça-feira, que tinha interesse na morte da vereadora Marielle Franco, colega dele na Câmara do Rio, assassinada em 14 de março passado no centro da cidade. Siciliano foi citado em matéria do jornal O Globo na internet como alvo de um delator à polícia, que forneceu supostos detalhes da ligação dele com um miliciano, conhecido como Orlando da Curicica, atualmente preso, e que ambos combinaram a morte da parlamentar.

Siciliano se manifestou em nota divulgada pela assessoria e se disse revoltado com a acusação, ressaltando, inclusive, manter amizade com Marielle, com quem disse ter assinado projetos de lei em conjunto.

“Expresso aqui meu total repúdio à acusação de que eu queria a morte de Marielle Franco. Ela é totalmente falsa. Não conheço Orlando da Curicica e acho uma covardia tentarem me incriminar dessa forma. Marielle, além de colega de trabalho, era minha amiga. Tínhamos projetos de lei juntos. Essa acusação causa um sentimento de revolta por não ter qualquer fundamento. Eu, assim como muitos, já esperava que esse caso fosse elucidado o mais rápido possível. Agora, desejo ainda mais celeridade”, expressou Siciliano.

Segundo a reportagem de O Globo, o delator afirmou que Marielle vinha contrariando interesses políticos de Siciliano na Cidade de Deus, na zona oeste. O delator disse ter trabalhado para a milícia, mas decidido revelar o que sabia à polícia em troca de proteção. Um dos colaboradores de Siciliano, Alexandre Pereira, foi morto na noite de 8 de abril, na Taquara, zona oeste, dois dias depois de o vereador prestar depoimento à Delegacia de Homicídios.

Marielle e o motorista, Anderson Gomes, foram mortos na noite de 14 de março, no bairro do Estácio, após ela ter participado do último compromisso político do dia, na Lapa. O carro passou a ser perseguido por dois veículos e ela e Anderson foram metralhados, em uma sucessão de 13 tiros.

A assessoria de Siciliano informou que o parlamentar deve convocar uma coletiva de imprensa para esta quarta-feira, com o objetivo de se defender das acusações.