Porto Alegre: crise financeira do Beneficência Portuguesa prejudica pacientes e trabalhadores

Direção espera resultado de consultoria a cargo do Hospital Sírio-Libanês, e que termina no próximo dia 15

A crise vivida pelo Hospital Beneficência Portuguesa, uma das instituições de saúde mais antigas da Capital, espera o resultado de uma consultoria, a cargo do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, e que termina no próximo dia 15, para ter solução.

Entre julho do ano passado e março, de acordo com uma fonte ligada ao Hospital que preferiu não se identificar, em vez dos R$ 5,5 milhões esperados em salários, foram depositados apenas cerca de R$ 500 mil, ou seja, menos de 10% do total.

Por ter assumido apenas no fim de 2017, o presidente da Beneficência, Augusto Veit Júnior, disse não saber confirmar a informação, mas afirmou que o deficit da instituição é de aproximadamente R$ 80 milhões. De acordo com ele, os profissionais, em 2018, receberam apenas dois vales de R$ 500 e uma folha de pagamento.

Com o pronto atendimento e leitos fechados, o Hospital registra apenas dois pacientes internados, com risco considerado baixíssimo. A maior movimentação, nos últimos meses, fica por conta de profissionais do Hospital Sírio-Libanês, que fazem consultoria no local através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), do governo federal.

“Estamos precisando trabalhar e não tendo nesse momento um resultado de em que sentido se vai. A ideia é colocar o hospital em funcionamento tão cedo quanto possível, mas dependemos desses resultados”, comentou Veit. Segundo o presidente, cabe ao Ministério da Saúde decidir o que pode ser feito no local de acordo com o interesse da União. Ele já descartou, porém, qualquer possibilidade de a instituição paulista assumir a gestão da gaúcha.

Apoio

A crise no Beneficência Portuguesa desperta a atenção da sociedade, que vem tentando ajudar em uma solução. Na quinta-feira passada, por exemplo, a Fecomércio-RS e o Sindilei-RS repassaram à instituição R$ 12,7 mil arrecadados em um leilão beneficente. O evento, realizado em 5 de abril, leiloou camisas dos times de futebol do Campeonato Gaúcho autografadas pelos jogadores.

O presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, comentou que o valor é simbólico quando comparado às dívidas atuais, mas que a ação ajudou também a dar visibilidade para a causa. Para o presidente da Beneficência, toda a ajuda é bem-vinda no momento.

*Com informações do repórter Henrique Massaro