“Brasil está à beira de uma guerra civil espanhola”, considera Aldo Rebelo

Político ligado ao Solidariedade é pré-candidato à Presidência pela sigla

Foto: Agência Brasil

O pré-candidato à presidência pelo Solidariedade, Aldo Rebelo, disse hoje que o Brasil “está à beira de uma guerra civil espanhola”. Em entrevista ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, o ex-ministro disse que a situação é consequência da política brasileira, que perdeu a capacidade de “enfrentar diferenças e desigualdades”. No mesmo contexto, o político, que militou por 40 anos no PCdoB, disse que o Brasil está “perdendo sua história, sua cultura”.

Para mudar esse cenário, o pré-candidato disse apostar no diálogo e na apresentação das propostas de campanha à sociedade. “O momento é de consolidar a candidatura, procurando ampliar a nossa presença em diferentes áreas para apresentar as ideias do partido”, disse ele. Rebelo também garantiu que não é possível fazer o País evoluir sem “retomar investimentos públicos e privados, destravar os investimentos paralisados”.

Sobre a saída do PSB, partido no qual permaneceu por poucos meses, Rebelo confirmou que foi em virtude da hipótese do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa ser alçado como candidato à Presidência pela sigla. O pré-candidato disse não ter vontade “de militar num projeto como o do ex-ministro, com todo respeito a ele.” Rebelo alicerçou a fala no argumento de que não concorda com a judicialização da política: “não se pode substituir a política pelas corporações do Ministério Público e da Justiça”, completou. “A justiça é seletiva, e isso lamentavelmente continua. Não somos o País da impunidade, mas da distribuição desigual das penas. Elas alcançam, como sempre alcançaram, os mais pobres.”

Sobre a presença das Forças Armadas no Rio de Janeiro, Rebelo foi enfático ao dizer que foram acionadas para “abafar o fracasso da reforma da Previdência e mascarar um governo impopular.” Já acerca do pleito de 2018, ele afirmou que o ex-presidente Lula é o principal responsável pela pulverização de candidaturas no Brasil: “com o Lula fora, apareceram vários candidatos, é a pulverização em função da ausência de um polo que organiza as forças em dois campos. Acho que isso vai ser solucionado mais adiante, quando ficar claro que o Lula não é candidato mesmo, quando o PT tiver que escolher um outro lado”, finalizou.