STF: Gilmar Mendes vota para restringir foro de todas autoridades

Por 7 votos a 4, parlamentares só poderão responder a um processo no Supremo se infrações penais ocorrerem em razão da função e cometidas durante o mandato

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli e Gilmar Mendes durante sessão para julgamento sobre a restrição ao foro privilegiado.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes votou hoje para restringir o foro por prorrogativa de função, conhecido como foro privilegiado, para todas as autoridades, não somente para deputados e senadores.

Com o voto do ministro, há maioria de 7 votos a 4 a favor do entendimento de que os parlamentares só podem responder a um processo na Corte se as infrações penais ocorreram em razão da função e cometidas durante o mandato. Caso contrário, os processos deverão ser remetidos para a primeira instância da Justiça. O placar a favor de qualquer restrição é de 11 votos, ou seja, unânime.

Último ministro a votar, Gilmar Mendes afirmou que retirar os processos do STF não vai melhorar a Justiça Criminal do país. O ministro também criticou estudos da FGV que indicaram a demora da Corte para finalizar processos criminais e disse que os dados não condizem com a realidade.

“O Supremo vem sendo atacado por suposta lentidão e inoperância de seus julgamentos criminais. A jurisdição prestada pelo Supremo está longe de ser pior do que aquela prestada pelas instâncias ordinárias”, afirmou.

A tese de que a restrição deve valer para todos os casos havia sido levantada pelo ministro Dias Toffoli. Segundo o ministro, a decisão pode ser estendida para demais cargos com foro privilegiado, como ministros do governo federal, governadores, ministros de tribunais superiores e deputados estaduais, podendo atingir aproximadamente 16 mil pessoas. Apesar dos argumentos e do apoio de Gilmar Mendes, a tese não teve adesão da maioria.